canteiro central

Retirada de árvores gera polêmica no Piçarrão

Motivo é a construção de trecho de 5km de ciclovia

Henrique Hein
02/10/2020 às 07:58.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:30
Prefeitura garantiu que haverá compensação ambiental pela retirada (Wagner Souza/AAN)

Prefeitura garantiu que haverá compensação ambiental pela retirada (Wagner Souza/AAN)

Um grupo de moradores do Jardim Nova Europa está revoltado com a decisão da Prefeitura de Campinas de retirar, na última quarta-feira, dezenas de árvores da marginal do Piçarrão para construção de uma ciclovia, que terá 5km de extensão, entre o Vila Garden e a Avenida Jorge Tibiriçá. A revolta ocorre porque as árvores foram plantadas pelos próprios moradores e estavam todas saudáveis. Além disso, eles reclamam que ninguém foi avisado sobre a derrubada. A professora Sílvia Beraldo, de 62 anos, conta que ela mesmo plantou as árvores junto com outros moradores. "Faz vinte anos que a gente vem cuidando das árvores, porque a Prefeitura nos abandonou. Eles estão agora acabando com todas elas só para fazer uma ciclovia. Estamos desesperados para ver o que podemos fazer a respeito", disse. Em abril deste ano, outro caso na marginal do Piçarrão envolvendo o corte de palmeiras imperiais e jerivás, gerou polêmica. A obra chegou a ser paralisada e retomada em junho deste ano. "Eles pararam porque alguém denunciou, mas depois todas as palmeiras foram arrancadas. Eles replantaram depois, mas, com essa secura, você acha que vão se manter vivas? É claro que não. Algumas já estão até morrendo", afirmou. Em agosto, moradores do bairro do Bonfim e frequentadores do Sesc também ficaram indignados com a derrubada das árvores da espécie tipuana da Avenida Governador Pedro Toledo para dar continuidade às obras do BRT. A área foi adotada pelo Sesc em 2014 e revitalizada. O Sesc alegou que a Prefeitura realizou a derrubada sem avisar ninguém. Irritados, os frequentadores do local chegaram a fazer um abaixo-assassinado, que foi encaminhado ao Ministério Público (MP). Em nota, o Governo Municipal garantiu que haverá compensação ambiental "A compensação prevista no Termo de Compromisso Ambiental correspondente é de 950 mudas (referente às nativas), 390 mudas (às exóticas) e 6 mudas (às exóticas invasoras), além da recuperação de 2.829,69 m² referentes à intervenção em Área de Proteção Permanente (APP). Há também autorização para o transplantio de 92 jerivás. No caso de insucesso, serão plantadas 13 espécies nativas para cada insucesso. O processo seguiu a legislação ambiental, tendo passado pela avaliação do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas", destaca a nota.

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