AMERICANA

Retirada de aguapés está na reta final

Local foi liberado para lazer náutico, mas segue impróprio para banho; trabalho vai até outubro

Gilson Rei
05/09/2019 às 09:58.
Atualizado em 30/03/2022 às 16:58

Teve início a terceira fase do trabalho de retirada de aguapés na Repesa do Salto Grande, em Americana, e o lazer náutico já está liberado para os usuários da represa. A expectativa da Secretaria de Meio Ambiente de Americana é atingir em outubro um nível mínimo aceitável, em que se possa manter o controle das plantas aquáticas em áreas confinadas. A CPFL Renováveis — que possui uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) na represa e é responsável pela manutenção — faz a limpeza do local e conta com a ajuda da Secretaria de Meio Ambiente de Americana. A remoção dos aguapés concentra-se atualmente na região próxima à Praia dos Namorados. Nesta terceira fase de limpeza, o planejamento é retirar 40 hectares de plantas aquáticas, volume equivalente a 28 campos oficiais de futebol. Atualmente a equipe de limpeza faz aproximadamente 170 viagens de caminhões por dia com as plantas removidas. Depois de retiradas, as plantas aquáticas são desidratadas e encaminhadas para o uso como adubo em mata ciliar e no cultivo de plantas ornamentais. Odair Dias, secretário de Meio Ambiente de Americana, disse que serão retiradas as plantas aquáticas e outros tipos de plantas que ocupam o local há décadas e que já existe condições para o lazer aquático. "Porém, a represa não está liberada para o banho, porque há necessidade de outras ações que visam à melhoria das condições de saneamento na cidade e em outras cidades da região", afirmou. Segundo Dias, 18 cidades ficam a montante do reservatório e 11 delas ainda lançam efluentes domésticos na represa. "Para que a população volte a utilizar as águas da represa será indispensável que haja tratamento de esgoto e estas práticas não ocorram mais", disse. Outras medidas Odair lembrou também que a retirada dos aguapés é uma ação importante, mas outras medidas são necessárias para solucionar a questão ambiental na região. "É uma medida que ajuda, mas não soluciona o problema. Ao mesmo tempo em que se retira as plantas aquáticas, crescem novas. Além dessa remoção, é necessário combater a origem, que é proibir o lançamento de esgoto com fósforo e nitrogênio, fontes de proliferação dos aguapés" , disse. Outras ações devem ser realizadas para combater a poluição no reservatório. "Cargas difusas também prejudicam, como a poluição que vem das cidades da região, o descarte irregular de lixo, o lançamento de esgoto clandestino e a falta de um trabalho de recomposição da mata ciliar", afirmou. Histórico No início deste ano, 350 hectares do reservatório estavam cobertos por plantas. Em março, os aguapés tomavam ainda 270 hectares da represa e algo tinha que ser feito para acelerar o processo. A Represa de Salto Grande tem 1,2 mil hectares de extensão e depois das pressões, foi retirada mais da metade das plantas que cobriam os 350 hectares em janeiro deste ano. No mês passado, a área coberta de aguapés era de 170 hectares, que representa 48,5% da área total. Desde outubro do ano passado já foi retirado o equivalente a 210 piscinas semiolímpicas de aguapés. O objetivo é de chegar a 100 hectares de área coberta com aguapés e manter esse volume confinado para retirada permanente até resolver as outras questões que dão origem à proliferação no reservatório.

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