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Reta final terá Lula e corrida rumo à periferia

Campanha eleitoral chega a sua última semana com um esforço dos concorrentes de tentar convencer o eleitor indeciso; último debate na TV será quinta

Gustavo Abdel
24/09/2016 às 17:40.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:18
Bandeiraço na 13 de Maio, em Campinas: candidatos investirão no Campo Grande e Ouro Verde (César Rodrigues/ AAN )

Bandeiraço na 13 de Maio, em Campinas: candidatos investirão no Campo Grande e Ouro Verde (César Rodrigues/ AAN )

Curta, limpa e sem ostentação. A campanha eleitoral chega a sua última semana com um esforço dos concorrentes de tentar convencer o eleitor indeciso. Os 814 candidatos que tentam uma das 33 vagas na Câmara de Campinas partem para o tudo ou nada. Intensificam o corpo a corpo, desovam o material publicitário e lotam as caixas postais dos eleitores com santinhos virtuais. Os prefeituráveis, por sua vez, terão o último confronto na TV na próxima quinta-feira. No próximo domingo, os 820 mil eleitores da cidade decidirão quem será o novo chefe do Palácio dos Jequitibás e desenharão o novo perfil dos representantes do Legislativo. Os coordenadores de campanha definem qual é a melhor estratégia nesta reta final. Os ataques, para alguns, tendem a diminuir, e a discussão deve ser centralizada nas propostas para melhorar a cidade. Um ponto em comum entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto é a ação em bairros das regiões periféricas, como nos distritos do Campo Grande e Ouro Verde, Campo Belo e regiões dos DICs. Para especialistas, a saída dos candidatos que ainda esperam convencer eleitores indecisos vai ser o corpo a corpo com a população. A coordenação da candidata Marcela Moreira (PSOL), que aparece com 4% das intenções de voto, segundo última pesquisa Ibope, informou que nessa última semana irá manter o mesmo ritmo de campanha. Será uma semana de rodas de conversas e encontros em bairros. Na sexta-feira, por exemplo, a candidata esteve em três cooperativas de reciclagem conversando com trabalhadores. “A intensificação da campanha será pelas redes sociais, com textos, vídeos e propostas”, afirma a coordenação, justificando a falta de tempo na televisão. Já a campanha do candidato Artur Orsi (PSD) deverá intensificar as propostas de governo, e também o sentimento de decepção com a condução da Prefeitura pelo atual administrador Jonas Donizette (PSB), em alguns setores que estão deficitários, segundo o candidato. Orsi estava com carreata programada para ontem e hoje nas regiões do Campo Grande e Ouro Verde, e deverá utilizar o tempo de TV como mais uma cartada para reforçar sua imagem com mais abrangência. De acordo com a última pesquisa Ibope, Orsi aparece em quarto lugar, com 5% das intenções de voto. Jonas Donizette, por sua vez, lidera a mesma pesquisa com 49%, e sua coordenação de campanha informou que o candidato manterá essa semana a rotina das últimas gravações do horário eleitoral na televisão e atendimento a órgãos de imprensa. A estratégia é mostrar a situação em que a Prefeitura foi encontrada, os feitos durante os últimos quatro anos e ofertar suas propostas de governo. A coordenação acredita que haverá mais “calor” no final de uma eleição considerada morna até mesmo para os candidatos. As lideranças de campanha do candidato Marcio Pochmann (PT) avaliaram como positivo o crescimento do petista na última pesquisa, e dizem que a presença dele será maior em regiões onde recebeu votos importantes nas eleições de 2012. Pochmann aparece em terceiro na pesquisa Ibope, com 10% das intenções. O candidato quer aumentar a presença nas regiões do Campo Grande e Ouro Verde, mas aposta na presença do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que ainda não confirmou a data que virá à Campinas. A coordenação de campanha do petista também não tem definido onde o ex-presidente será recepcionado. Por fim, o candidato Hélio de Oliveira Santos (PDT), que se mantém na segunda posição com 12% das intenções de voto, deverá também visitar novamente as regiões do Campo Belo, Ouro Verde e Campo Grande, agradecendo e mostrando a imagem do “doutor” que já foi prefeito de Campinas. “Uma campanha a um custo praticamente zero, é basicamente fundamentada na imagem de Hélio e seu carisma em Campinas”, avaliou a coordenação da campanha. Imposições da Justiça deram caráter atípico para a disputa O professor da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas, Arnaldo Lemos, avalia a campanha como atípica diante das restrições impostas pela nova legislação eleitoral. Dessa forma, segundo ele, o movimento de ida até as regiões mais afastadas, onde se concentra a maioria dos votos, é a cartada final para o candidato que precisa apostar as últimas fichas de marcar território. “O fato é que os candidatos tiveram pouco tempo de campanha. Outro detalhe foi a regra imposta pela Justiça Eleitoral de restringir o financiamento de campanha. Isso deu um novo perfil às eleições, e que obriga o candidato amassar barro”, avalia Lemos. “A periferia vai eleger o candidato”, resume.

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