Jaguariúna

Resgate histórico da Fazenda da Barra

A Prefeitura de Jaguariúna entregou ontem a primeira fase das obras de restauro da histórica Fazenda da Barra, importante patrimônio histórico e cultural da cidade

Rogério Verzignasse
16/06/2018 às 18:53.
Atualizado em 28/04/2022 às 13:01
Dependências da casa sede da Fazenda da Barra, cujo projeto de transformação prevê uma área de lazer, com bares, restaurantes e arena de espetáculos: parte interna do casarão ainda precisa de reparos no assoalho, telhado, afrescos e janelões (Divulgação)

Dependências da casa sede da Fazenda da Barra, cujo projeto de transformação prevê uma área de lazer, com bares, restaurantes e arena de espetáculos: parte interna do casarão ainda precisa de reparos no assoalho, telhado, afrescos e janelões (Divulgação)

A Prefeitura de Jaguariúna entregou ontem a primeira fase das obras de restauro da histórica Fazenda da Barra, importante patrimônio histórico e cultural da cidade. As dependências, no passado, notabilizaram a propriedade como referência em produção agrícola, com direito a oficinas e moendas movidas por energia hidrelétrica. As águas de um afluente do Rio Camanducaia corriam por um complexo sistema de aquedutos, também responsáveis pelo abastecimento das caixas e o esgotamento sanitário. Eram equipamentos raríssimos para a época. A propriedade foi adquirida pelo governo municipal ainda em 2006. Já se planejava, na época, a transformação do espaço em um imenso parque público de lazer. As primeiras obras do restauro – serviços de prospecção para identificar a pintura original – começaram ainda em 2009. E o governo municipal, à época, até conseguiu a liberação de verbas federais para as primeiras intervenções pontuais. Acontece, no entanto, que o governo municipal seguinte suspendeu a restauração em 2013. E os repasses federais, no caso, só podiam continuar se a Prefeitura arcasse com uma contrapartida em dinheiro, assumisse o restauro e comprovasse a execução das obras previstas. Os serviços pararam — e os repasses também. A Prefeitura recebeu apenas R$ 500 mil dos recursos esperados para a execução.O prefeito atual, Gustavo Reis (MDB), que havia negociado a liberação de R$ 1,5 milhão em repasses federais durante seu primeiro mandato, reassumiu o cargo e determinou a retomada das obras que estavam paralisadas havia cinco anos. Hoje, o governo municipal espera a retomada dos repasses. E, para reaver o direito, foi preciso usar verbas do caixa municipal para pintar fachadas, restaurar portas e janelões, reformar a capelinha. “Muito das obras que havíamos executado no começo do projeto se perderam. Tivemos de refazer. Reconquistamos a credibilidade do projeto. Além de retomar as obras federais, também pretendemos engajar a sociedade civil. Queremos que recursos privados financiem obras e serviços. Jaguariúna inteira precisa estar envolvida na recuperação do patrimônio”, explica a secretária municipal de Turismo e Cultura, Maria das Graças Hansen Albaran dos Santos. Os planos para o futuro da Fazenda da Barra são ambiciosos. A gleba total — 20 mil metros quadrados — será usada para a instalação de bares, restaurantes, haras, arena de espetáculos. A ideia é que a Fazenda da Barra se transforme em um gigantesco polo de lazer e entretenimento. O trecho já recuperado do entorno da casa grande — 3,5 mil metros quadrados — já pode receber festas, shows musicais, espetáculos de dança, passeios monitorados, piqueniques. Tanto é que uma orquestra de violeiros se apresentou no evento que marcou a retomada do restauro ontem de manhã. O público, no entanto, ainda não tem acesso às dependências intermas da imponente sede histórica. Ainda há muito a ser feito. As treliças gigantes de madeiras permanecem à mostra na sustentação do telhado. Os assoalhos arrebentados deixam o porão à mostra. Há janelões internos caindo aos pedaços. E os afrescos de época, decoração da imensa sala de visita, precisam ser, pacientemente, restaurados. É trabalho para anos. Orçado previamente por especialistas em pelo menos R$ 5 milhões. Mas não há pressa. A ajuda federal, confia a Administração municipal, tem tudo pra ser retomada. E o empresariado local deve ser atraído por incentivos fiscais oferecidos para quem se dispôr a financiar serviços. Aos pouquinhos, aposta a secretária Maria das Graças, a fazenda vai recuperar a beleza original.

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