ICMS

Repasses cresceram 4,6% até maio

No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, valor foi de pouco mais de R$ 303 milhões

Maria Teresa Costa
06/06/2018 às 07:27.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:47
Vista de Campinas: cidade tem arrecadação melhor graças ao aumento nos valores repassados pelo ICMS (Cedoc/RAC)

Vista de Campinas: cidade tem arrecadação melhor graças ao aumento nos valores repassados pelo ICMS (Cedoc/RAC)

Campinas fechou os primeiros cinco meses do ano com uma arrecadação de R$ 303,3 milhões em Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2017, já descontada a inflação do período. Levantamento da Secretaria de Estado da Fazenda mostra que os repasses de maio para Campinas, que totalizaram R$ 82,3 milhões, tiveram um aumento real (descontada a inflação) de 1,59% na comparação com igual mês do ano passado. Para o coordenador da assessoria econômica da Secretaria de Planejamento do Estado, Maurício Hoffmann, o crescimento é importante e mostra que tanto a região de Campinas quanto o Estado estão tendo uma recuperação, mesmo que ainda tímida. Um dos motivos para essa falta de ímpeto, segundo o economista Renato Requette, mostra que o consumo continua afetado pelo desemprego, que continua em níveis mais altos que o desejado. Mesmo assim, disse, a expansão positiva na arrecadação aponta para o fato de que a economia deve fechar 2018 um pouco melhor do que em 2017. “Ainda não é possível para prever o impacto das eleições, tanto antes quanto depois. E também não dá para saber como a população vai se comportar em termos de consumo nesse período imediatamente posterior à greve dos caminhoneiros, que praticamente parou o País”, afirmou. Maurício Hoffmann arrisca um palpite. “De fato não temos como fazer uma avaliação precisa do impacto que a greve dos caminhoneiros terá, mas os primeiros cálculos indicam um comprometimento equivalente a cinco dias de produção”, afirmou. Prejuízos A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) estima que a greve dos caminhoneiros tenha provocado um prejuízo de R$ 1,1 bilhão na economia local por causa da redução no consumo de bens e serviços. Só no comércio varejista, o impacto foi de R$ 212,3 milhões e na indústria, de R$ 420 milhões. De qualquer forma, com relação ao ICMS, o impacto da greve na arrecadação só será sentida em julho, uma vez que os repasses do imposto ocorrem 45 dias após o mês gerador. “É evidente que os municípios sofrerão um impacto negativo na receita desse tributo, que é uma de suas principais fonte de receita”, afirmou Requette, para quem a questão da arrecadação só melhorará de fato quando houver uma recuperação significativa do emprego formal. “Por enquanto, o que temos é essa modesta recuperação na compra de bens de consumo duráveis. As famílias continuam priorizando o que é mais essencial dentro de casa”, disse.

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