marcelo knobel

Reitor faz alerta sombrio, mas descarta suspensão

Knobel disse na reunião que ninguém sabe o que virá; prevê grandes dificuldades, mas afirma que a universidade deve continuar aberta

Da Agência Anhanguera
02/04/2020 às 10:54.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:09

O reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel defendeu na noite desta quarta-feira (1) durante reunião do Conselho Universitário, a manutenção do semestre letivo, apesar da crise decorrente da pandemia do coronavírus. Knobel disse na reunião que ninguém sabe o que virá; prevê grandes dificuldades, mas afirma que a universidade deve continuar aberta, mesmo com os serviços sendo prestados de forma parcial ou em caráter excepcional, como o ensino à distância, por exemplo. “Nós estamos falando de uma situação que ficará absolutamente gravíssima”, alertou. “O setor de saúde do País e de São Paulo sofrerá um caos. Será catastrófico”, afirmou ele aos membros do Conselho - que é formado pela direção da universidade, diretores de unidades, além de representantes de professores, estudantes e trabalhadores. Na reunião do Consu, o reitor questionou qual seria o papel da universidade pública em um momento crítico como esse que o país atravessa. Lembrou que a instituição sofre ataques reiterados de diversos setores, inclusive do presidente da República que, segundo Marcelo Knobel “vive em um universo paralelo”. “E qual será a nossa resposta à sociedade? Parar? Nós vamos parar num momento crítico como esse? , questionou. Knobel lembrou aos conselheiros que as universidades da Itália e Espanha continuaram apesar do gravíssima situação dos dois países em relação à pandemia. Ele pediu ajuda aos professores. “Existe um grande número de funcionários da universidade que continuam trabalhando. O pessoal da Saúde que continua firme e forte apesar das dificuldades; o pessoal Administrativo, funcionários de diversos. Porque os professores não podem dar sua contribuição?” perguntou. “Tem de haver esforço coletivo, de todos, neste momento”, advertiu. Apesar de traçar um futuro sombrio, ele diz que a universidade não pode parar também por outras circunstâncias. Diz que há um sistema de bolsas que não pode ser prorrogado e que uma mudança agora poderia afetar “milhares” de estudantes e pesquisadores. Segundo o reitor, não há garantias de que as bolsas possam ser extensivas por um período mais longo do que o definido no processo de concessão, já que dependem do orçamento de cada ano. Knobel diz que além disso, muita gente precisa se formar este ano – inclusive o pessoal da área de saúde, como médicos e enfermeiros, que poderiam ajudar na pandemia. Além disso, lembra ele, há muitos estudantes já no mercado de trabalho e que precisam do diploma para continuarem empregados. Há, ainda, implicações referentes aos estudantes do Ensino Médio e sobre as regras para o vestibular do ano que vem. Knobel diz que a universidade pretende manter o ensino à distância e afirma que estuda uma série de medidas para compensar eventuais prejuízos que o sistema possa ter provocado aos estudantes. O aluno que se sentir prejudicado por falta de acesso às aulas remotas ou qualquer outro motivo, poderá pedir trancamento do semestre sem nenhum prejuízo posterior. Poderá fazer isso, segundo ele, até o dia 15 de julho. Além disso, diz que a universidade já não está cobrando frequência dos alunos.

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