Região recorre a R$ 282 mi de financiamento do Desenvolve SP

Os financiamentos do Desenvolve SP para Prefeituras e empreendedores da Região Administrativa (RA) de Campinas totalizaram R$ 282,4 milhões desde o início da pandemia, em março de 2020, até fevereiro deste ano. Deste total, R$ 181,2 milhões, equivalentes a 64,2% dos recursos, foram destinados a capital de giro. Ou seja, mais da metade dos financiamentos foi utilizado para manter os negócios em funcionamento. O restante foi destinado a projetos de investimentos (R$ 95,7 milhões) e aquisição de máquinas e equipamentos (R$ 5,4 milhões).

O Desenvolve SP é uma instituição financeira do Governo do Estado que oferece melhores opções de financiament.o Até hoje, o Desenvolve SP repassou, por meio de financiamentos, o montante de R$ 1,8 bilhão para todas as Regiões Administrativas de São Paulo. A RA de São Paulo é a primeira colocada, com R$ 1,01 bilhão, seguida pela RA de Campinas. A terceira que mais recebeu foi a região de Sorocaba, com R$ 108 milhões. 

A cidade de Campinas lidera o ranking da região nos dois anos de pandemia, com um total de R$ 48,2 milhões, distribuídos em 203 contratos de financiamento. Desse montante, 113 contratos de financiamentos foram firmados com pequenas empresas, 78 com micro, 11 com médias empresas e um contrato foi realizado com a Prefeitura. 

Depois de Campinas, completam as dez cidades com maiores desembolsos os municípios de Indaiatuba (R$ 27,5 milhões), Itapira (R$ 19,7 milhões), Jundiaí (R$ 17,6 milhões), Itupeva (R$ 14,8 milhões), Várzea Paulista (R$ 13,5 milhões), Piracicaba (R$ 11,2 milhões), Itatiba (R$ 10,2 milhões), Limeira (R$ 9,8 milhões) e Atibaia (R$ 9,2 milhões).

O presidente do Desenvolve SP, Sergio Gusmão Suchodolski, destacou o alto potencial econômico da região de Campinas, que tem um dos mais elevados PIBs (Produto Interno Bruto) do País, e reforçou que as linhas de crédito da agência de fomento paulista estão disponíveis para empreendedores de todos os portes e segmentos. 

"Campinas está inserida numa das regiões mais desenvolvidas do Estado, sendo um importante polo industrial e com inúmeras empresas de alta tecnologia. O Desenvolve SP trabalha para atender empresas de todos os portes e segmentos, auxiliando o empreendedor neste momento de dificuldade causado pela pandemia", afirmou.

O economista Uallace Moreira avaliou que 2022, com a retomada de diversos setores da economia de forma praticamente integral, é um momento que trará novas oportunidades. Além disso, ele defende a participação do Estado, como ocorreu em países como Alemanha e Inglaterra, que aumentaram sua capacidade de financiamento público.

"Em um cenário de crise, os agentes privados tendem a se retrair, enquanto o setor público faz os desembolsos. Há elementos concretos de que mundo está passando por uma mudança de governança, por uma mudança tecnológica em que o papel do setor público se torna essencial", disse.

Para o especialista, o empreendedor pode utilizar melhor essa verba caso consiga investir em serviços personalizados e com maior qualidade. Além disso, ele enxerga que negócios pautados em plataformas digitais, por exemplo, ganharam espaço e continuarão crescendo de forma sustentável no pós-crise.

Programa municipal recebe 300 pedidos

Já o Programa Recomeça da Prefeitura Campinas, que oferece empréstimos com juros mais baixos para impulsionar a retomada da economia afetada pela pandemia da covid-19, recebeu cerca de 300 empreendedores em busca de empréstimos. Das empresas que fizeram pedidos de crédito, 88 enviaram a documentação para análise. Após a aprovação pela instituição financeira, a documentação é enviada para a Associação de Garantia de Crédito Paulista (AGCP), responsável pela gestão do fundo de aval, que faz a chancela final.

As taxas de juros que serão aplicadas nos empréstimos concedidos a micro e pequenos empresários e microempreendedores individuais (MEIs) variam de 1,18% a 2%, de acordo com o prazo do financiamento. Cinco instituições financeiras de Campinas estão credenciadas para conceder crédito.

Além das taxas de juros abaixo do mercado para empréstimos entre R$ 5 mil e R$ 50 mil para micro e pequenas empresas e até R$ 30 mil para MEIs, os empresários também terão até 36 meses para pagar a dívida e carência de 6 meses para iniciar os pagamentos. 

Segundo o secretário de Finanças, Aurílio Caiado, R$ 5 milhões dos R$ 10 milhões que vão compor o fundo de aval já foram depositados e a movimentação inicial confirma a necessidade de incentivo às empresas. "O montante já pleiteado é muito expressivo e vai crescer ao longo do ano. É um passo muito importante para ajudar a aquecer a economia e o mercado de trabalho", afirma o secretário.

Para participar do programa Recomeça, o empreendedor deve fazer o cadastro em uma das cinco instituições financeiras credenciadas e enviar a documentação solicitada. Depois, a documentação segue para a AGCP e, se aprovada, o empreendedor é encaminhado para a capacitação em gestão financeira do Sebrae. Concluídas essas etapas, o crédito estará disponível.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Adriana Flosi, os pequenos negócios foram os que mais sofreram durante a pandemia e essa ajuda do poder público será fundamental. "Esse crédito vai ajudar muito as empresas que conseguiram sobreviver à pandemia a retomar as atividades, gerando mais empregos e impulsionando a economia da cidade", disse. 

O Recomeça é uma parceria entre a Prefeitura de Campinas, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e instituições financeiras. O Sebrae vai auxiliar os empreendedores a fazer um plano de negócios e oferecer capacitação para uso consciente do recurso.

A expectativa é que sejam disponibilizados até R$ 130 milhões em linhas de crédito. A Agência Garantidora de Crédito Paulista, homologada no dia 8 de fevereiro, fará o gerenciamento do fundo de aval, que terá um aporte realizado pela Prefeitura. Campinas é a primeira cidade do Estado de São Paulo a ter um fundo de aval para concessão de crédito. O programa Recomeça terá validade até dezembro de 2024.