FINANCIAMENTO

Região quer R$ 70 mi do BID para a Saúde

Recursos serão aplicados em 45 projetos metropolitanos para o setor de saúde

Maria Teresa Costa
22/05/2013 às 05:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:06

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) está buscando financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de cerca de R$ 70 milhões, para custear 45 projetos e tirar a saúde do caos em que se encontra.

Técnicos da área estão, nesta semana, em reuniões com o BID e governo do Estado para conseguir aprovar os projetos que, segundo o presidente da RMC, Milton Serafim (PTB), darão um avanço significativo à gestão regional na área. A região tenta aprovar as propostas dentro do empréstimo já autorizado de cerca de US$ 300 milhões do BID ao Estado.

O secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, informou aos prefeitos que as negociações estão bastante adiantadas e que, em breve, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai anunciar recursos para a saúde regional.

Os projetos apontam saídas para a falta de médicos nos centros de saúde e hospitais e tentam resolver o estrangulamento nos atendimentos de urgência e emergência. O plano, elaborado pelo Programa de Estudos em Sistemas Regionais de Saúde da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), propõe a qualificação dos profissionais e da rede, e mecanismos como a implantação de um banco metropolitano de médicos para atender aos municípios, construção de unidades básicas e informatização, entre outros.

O levantamento feito pela Unicamp apontou que não faltam médicos na região. Existe, segundo o estudo, um profissional para cada grupo de 250 habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza um para 400. Mas a rede de saúde tem falta de profissionais.

A avaliação é de que, nem sempre, a carência ocorre por causa dos salários pagos. As pesquisas mostram que a evasão vem muito mais pelo fato de as unidades de saúde apresentarem condições inadequadas de trabalho, retaguarda técnica insuficiente, unidades distantes e falta de estímulo aos processos de capacitação.

O plano surgiu como resultado de um diagnóstico realizado na rede de saúde da região em 2010, que apontou, por exemplo, que foram realizadas 144 mil consultas a menos do que deveria nos centros de saúde e 700 mil além da necessidade nos ambulatórios de especialidades, o que sobrecarregou os prontos-socorros com um excesso de atendimentos de urgência e emergência — ultrapassaram a casa dos 2 milhões.

O completo desequilíbrio no setor tem como causa principal o número insuficiente de centros de saúde e a falta de médicos nessas unidades. O plano metropolitano de saúde apontou para a necessidade de construir 39 unidades básicas na RMC e reformar e ampliar 42 unidades.

A saída, concluiu, está na qualificação da atenção à saúde por meio da reestruturação do sistema regional, na lógica de redes de atenção à saúde e do aprimoramento e qualificação do cuidado, além do fortalecimento da gestão metropolitana do Sistema Único de Saúde (SUS) e integração e articulação com as regiões de saúde.

O Plano Metropolitano de Saúde propõe a reorganização da atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) de média e alta complexidade na RMC, tendo como referência a implantação de linhas de cuidado para hipertensão, diabete, idoso, câncer de mama, câncer de colo, pré-natal, atenção ao parto, atendimento neonatal, violência e acidentes, e também a reorganização da rede hospitalar regional, vocacionando unidades e estabelecendo novos modelos de relacionamento com o SUS.

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