RANKING DO PRIMEIRO TRIMESTRE

Região Metropolitana de Campinas registra maior geração de empregos no Interior do Estado

Entre admissões e desligamentos, saldo foi de 17.031 vagas de janeiro a março

Da Redação
01/06/2022 às 09:42.
Atualizado em 01/06/2022 às 09:42
O setor de construção civil está entre os que mais geraram vagas de trabalho na RMC, segundo o levantamento realizado pela Fundação Seade (Kamá Ribeiro)

O setor de construção civil está entre os que mais geraram vagas de trabalho na RMC, segundo o levantamento realizado pela Fundação Seade (Kamá Ribeiro)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) ficou em primeiro lugar no ranking de geração de empregos em todo o Interior paulista no primeiro trimestre deste ano, com exceção apenas da Capital, segundo o Seade Trabalho, boletim da Fundação Seade que analisa mensalmente a evolução do mercado de trabalho no Estado de São Paulo e que foi divulgado na última segunda-feira. No total, entre admissões e desligamentos, o saldo foi de 17.031 postos de trabalho, alta de 1,7%.

Em segundo lugar no ranking do boletim, está a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, com 13.419 postos. Em seguida, aparecem Sorocaba com 8.935; Vale do Paraíba e Litoral Norte, com 4.382; e Baixada Santista, com 1.198 postos de trabalho gerados no primeiro trimestre deste ano. Entre os cargos em alta que mais absorveram mão de obra estão: alimentador de linha de produção (1.212 vagas), assistente administrativo (1.047), auxiliar de desenvolvimento infantil (831), cuidador de idosos (708) e servente de obras (585).

Thiago Roseno Henrique, de 27 anos, faz parte desse cenário. Desempregado desde o início da faculdade, em 2018, ele foi contratado recentemente como assistente administrativo da Uniodonto Campinas. "Voltar a trabalhar é algo muito importante nos dias atuais, principalmente no mercado formal. Não falo só na questão econômica, mas também emocional, pois estar na ativa e na função para a qual me preparei é muito realizador e gratificante", disse Roseno.

No outro lado da balança, a maioria dos cargos que sofreram enxugamento está inserida no setor de comércio, como vendedor, operador de caixa e promotor de vendas, entre outros. 

O boletim também dá ênfase aos setores que mais empregaram na comparação do primeiro trimestre deste ano com o quarto trimestre do ano passado. Entre os três principais segmentos estão agricultura, pecuária e pesca, com 3,7%; indústria, 1,2%; e construção civil, com 3,5%.

Para a professora extensionista do Observatório Puc-Campinas, Eliane Rosandiski, apesar do saldo positivo, o momento ainda é de cautela devido à instabilidade econômica e até mesmo política, com a proximidade das eleições. Segundo ela, os números refletem uma recomposição do quadro pandêmico, mas ainda com vagas flexíveis e baixos salários. "Estamos tendo um aumento na geração de empregos, sim, mas o atual quadro mostra que não estamos ainda com uma recuperação econômica em 'V', ou seja, com forte alta", enfatiza, lembrando que muitos empresários, principalmente no setor de comércio, enfrentam dificuldades para a retomada de crescimento, que são agravadas pela queda do consumo, principalmente da classe média. "Essa insegurança decorre do momento inflacionário que leva as pessoas (classe média) a reorganizarem seus orçamentos familiares, tirando demanda de segmentos que estavam se recuperando, tal como setor de alimentos, cultura etc", finaliza.

Região Administrativa

Já na Região Administrativa de Campinas, composta por 90 municípios, as contratações formais registraram taxa de crescimento de 5,4% em relação ao mesmo período de 2021, somando 106.928 novos postos de trabalho. De acordo com o estudo, no primeiro trimestre foram criados 29.034 empregos formais (aumento de 1,4%), resultado da ampliação de postos nos setores da indústria (1,2%), da construção civil (4,1%) e serviços (2,5%). 

O número de empregos formais na RA de Campinas em março foi estimado em 2.072.080 postos, o que representa 16,2% do total do Estado de São Paulo.

No primeiro trimestre deste ano, houve acréscimo de 179.391 mil empregos formais no Estado, variação positiva de 6,1% em relação ao primeiro trimestre de 2021. O resultado decorreu da diferença entre 1.770.931 admissões e 1.591.540 desligamentos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Os resultados mais expressivos foram verificados na Capital (302 mil), nos demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo (132 mil) e nas Regiões Administrativas de Campinas (quase 107 mil), Sorocaba (38 mil) e Vale do Paraíba e Litoral Norte (29 mil). Somadas, essas regiões foram responsáveis por 82% dos empregos gerados no Estado que, por sua vez, respondeu por 29% do total dos empregos criados no Brasil (2,6 milhões, crescimento de 6,6%).

Brasil

Em nível nacional, a criação de empregos também registrou evolução positiva, de acordo com dados da PNAD Contínua, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o levantamento, a taxa de desocupação do trimestre móvel de fevereiro a abril de 2022 recuou 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de novembro de 2021 a janeiro de 2022, ficando em 10,5%. Trata-se da menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2015. 

A população desocupada (11,3 milhões de pessoas), por sua vez, recuou 5,8% (menos 699 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (12 milhões de pessoas) e 25,3% (menos 3,8 milhões de pessoas desocupadas) em relação ao mesmo período do ano anterior (15,2 milhões de pessoas).

O contingente de pessoas ocupadas foi estimado pela PNAD Contínua em aproximadamente 96,5 milhões, recorde da série iniciada em 2012, com alta de 1,1% ante o trimestre anterior (1,1 milhão de pessoas) e de 10,3% (9 milhões de pessoas) ante o mesmo período do ano anterior. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 55,8%, apresentou alta de 0,5 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 4,8 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior (51,1%).

PIB

A Fundação Seade também divulgou dados do Produto Interno Bruto (BIP). De acordo com o órgão, houve um aumento de 1,8% no trimestre encerrado em março, já descontados os efeitos sazonais. No acumulado dos últimos quatro trimestres o avanço chega a 4,6%, com taxas positivas de 5,9% para os serviços e 2,0% para a indústria, e decréscimo de 4,8% para a agropecuária.

Com base nesses resultados, as projeções da Fundação Seade para o PIB paulista em 2022 melhoraram, passando a ter mínima de 0,6%, média de 1,4% e máxima de 2,4%. Em abril, PIB+30 recuou 1,9%, mas manteve-se em patamar superior aos níveis anteriores à pandemia. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o PIB+30 de janeiro apresentou resultado positivo de 3,3%. O PIB+30 é um indicador que permite observar as estatísticas preliminares do PIB do Estado de São Paulo.

Embora os dados divulgados esta semana não tragam o panorama regional, a Região Administrativa de Campinas também registrou, pelo último boletim dividido por regiões, o maior crescimento do PIB em 12 meses, de outubro de 2020 a setembro de 2021. A alta foi de 9,9%, índice bem superior ao crescimento do PIB nacional (3,9%) e do PIB estadual (7,1%), verificados no mesmo período. No acumulado desses 12 meses, o PIB da região foi de R$ 528,8 bilhões. Estes são os resultados do estudo mais recente divulgado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). O PIB reflete a soma de todos os bens e serviços produzidos numa região, Estado ou País. 

O desempenho mostra a força da RA de Campinas na economia paulista, pois a região é a segunda mais importante economicamente para o Estado de São Paulo, atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo. Ela teve uma participação de 18,5% do total do PIB estadual, equivalendo a R$ 146,26 bilhões no terceiro trimestre de 2021, o melhor desempenho do ano. No primeiro trimestre do ano passado, o valor foi de R$ 122,55 bilhões, chegando a R$ 132,16 bilhões nos três meses seguintes.

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