ASSASSINATOS

Região de Campinas tem três feminicídios em seis dias

Casos de violência e assassinatos de mulheres ocorreram nas cidades de Americana e Mogi Mirim

Edson Silva/ Correio Popular
03/04/2021 às 13:06.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:29
Corpo de mulher, que foi asfixiada com uma sacola plástica na cabeça, foi deixado embrulhado em um cobertor numa rua de Mogi Mirim; polícia cobriu a vítima quando a encontrou (Fabricio Leme de Morais/ Gazeta Guaçuana)

Corpo de mulher, que foi asfixiada com uma sacola plástica na cabeça, foi deixado embrulhado em um cobertor numa rua de Mogi Mirim; polícia cobriu a vítima quando a encontrou (Fabricio Leme de Morais/ Gazeta Guaçuana)

Três mortes de mulheres — que envolveram violência e mistério — foram descobertas em menos de uma semana em cidades próximas a Campinas. Dois desses crimes abalaram Mogi Mirim: o corpo de uma mulher branca, de 40 anos, foi encontrado enrolado num cobertor, no bairro Morro Vermelho, e em outro caso, uma vigilante, de 32 anos, foi morta com um corte de faca na perna, dentro da casa onde morava, no Jardim Planalto. Já em Americana, uma adolescente, de 17 anos, foi assassinada a facadas pelo cunhado durante uma discussão ocorrida após uma brincadeira em um churrasco.

Segundo a polícia, a mulher encontrada enrolada em um cobertor em Mogi Mirim estava com uma sacola plástica na cabeça. A princípio, ela não tinha sido identificada. Com cabelos curtos avermelhados, a vítima tinha o nome de um homem tatuado próximo ao cóccix e a imagem de um beija flor nas costas. Os peritos encontraram uma lesão na testa dela, identificada depois como Giovana Alessandra Pinheiro, de 40 anos.

Uma das facas encontradas no local do churrasco, em Americana, onde adolescente, de 17 anos, foi morta

O crime não ocorreu no local, já que imagens de câmeras de segurança flagraram um suspeito carregando o corpo nas costas e deixando-o no Parque do Estado II, na divisa com Mogi Guaçu.

Após analisar as imagens das câmeras, policiais civis de Mogi Mirim prenderam, na terça-feira, Renato Oliveira, de 29 anos, que teria confessado o assassinato. De acordo com a polícia, ele disse ter passado parte do dia com a vítima e que ele consumiu drogas. Afirmou também que a mulher quis extorqui-lo e, por isso, a asfixiou com a sacola plástica. Depois, enrolou o corpo num cobertor e o deixou em uma travessa próxima de sua casa.

Denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres - Ligue 180

Você não precisa se identificar

Vigilante

Também em Mogi Mirim, no dia 24 de março, a vigilante Taíde Graziele Orlando Ruiz, 32 anos, foi encontrada morta dentro de sua própria casa, no Jardim Planalto. A vítima tinha um corte profundo na perna, provocado por faca.

Durante as investigações, a polícia foi informada que ela estava no local com um conhecido, que teria fugido após a morte da mulher. Como o homem continua foragido, a polícia não revelou sua identificação, mas diz tratar-se do principal suspeito no caso.

Tragédia em Americana

Já em Americana, no sábado passado, o acusado pelo crime, Jorge Luiz da Silva Toledo, de 22 anos, era cunhado da vítima, Kauane Cordeiro de Campos, de 17 anos. Durante o churrasco, Jorge teria convidado seu irmão, Douglas da Silva dos Santos, de 26 anos, marido da adolescente, a sair para uma balada. A jovem não teria gostado e agrediu o cunhado com socos.

A situação fugiu ao controle, segundo testemunhas, com ambos dirigindo-se até a cozinha e se armando com facas. A discussão continuou na Rua Serra da Saudade, onde a adolescente foi atingida no tórax e no ombro.

Segundo guardas municipais que atenderam à ocorrência, o autor dos golpes jogou no chão a faca que carregava e, em seguida, ajoelhou-se, colocando as mãos sobre a cabeça e confessando o crime. A adolescente apresentava hematomas pelo corpo e não tinha resistido aos ferimentos.

A faca que estaria em poder dela estava jogada próxima ao corpo. O marido da adolescente, irmão do acusado, foi preso, segundo a polícia, pela omissão de não ter tomado atitude de parar a briga.

A família da jovem espera uma apuração policial detalhada, pois alega que era comum a vítima sofrer violência doméstica por parte do próprio marido.

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