A Região Administrativa de Campinas foi a que mais registrou queimadas e incêndios florestais este ano entre as 16 regiões do Estado, concentrando 17% dos casos até a primeira quinzena deste mês
A Região Administrativa de Campinas foi a que mais registrou queimadas e incêndios florestais este ano entre as 16 regiões do Estado, concentrando 17% dos casos até a primeira quinzena deste mês. No período, o número de focos quase dobrou em todo o Estado de São Paulo em relação ao mesmo intervalo de 2015, passando de 1.061 para 2.045 registros (aumento de 93%). Os dados foram divulgados ontem pela Coordenadoria de Fiscalização Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Com 82 municípios, conforme a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a região campineira representa cerca de 12,7% dos 645 municípios de São Paulo e permaneceu em primeiro lugar no número de ocorrências dentre as demais regiões, com aumento de 81%, passando de 188 para 341 casos. Para o subcomandante do 7º Grupamento de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, major Paulo Monteiro Filho, que é responsável pela região, as ocorrências deste ano estão dentro da média esperada considerando a partir de meados de maio, quando começou a Operação Corta Fogo, que vai até o fim do mês. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente lembra que o frio e a falta de chuva pioram a qualidade do ar e aumentam o risco de incêndios em matas, florestas e unidades de conservação, com causas variadas como queda de balões, queimadas irregulares e descarte de bitucas na beira da estrada. “Existe infelizmente uma cultura de limpeza de terreno com fogo para colaborar com essa situação. Outro problema é que as pessoas não limpam esses terrenos e o mato alto incentiva essa ação. Além disso, há uma grande quantidade de ocorrências simultâneas e é necessário ver quais são as mais graves e tentar, na medida do possível, atender todo mundo”, reforça Monteiro Filho. Corta Fogo A Operação Corta Fogo acontece desde 2010 em todo o Estado voltada para prevenção, monitoramento, controle e combate a incêndios florestais em conjunto com a Casa Militar, a Defesa Civil e a Polícia Militar Ambiental, além de algumas administrações municipais. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, também participam a Fundação Florestal, Instituto Florestal e a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb). Em 2015, a operação apresentou queda de quase 60% dos focos de queimadas e incêndios em relação ao ano de 2014, resultado que teria sido motivado por intensificação das ações preventivas, mas também pelo clima mais ameno e chuvoso durante a estiagem de 2015. Os focos de incêndio reduziram em 58%, passando de 4.717 para 1.984, e a área queimada em unidades de conservação diminuiu 22%, de 2.233 para 1.731, considerando o período até 31 de outubro. SAIBA MAIS Queimada Procedimento de manejo agropastoril, no qual se emprega o fogo para limpeza de área para cultivo ou para queima de restos de produção Incêndio florestal Ocorrência de fogo em qualquer tipo de vegetação muitas vezes provocado por queimadas que não foram devidamente autorizadas, controladas e monitoradas