Em cinco anos, índice sobe de 48% para 71% dos passageiros
Os índices de uso do cinto de segurança entre motoristas e passageiros aumentaram nas principais rodovias que cortam a região de Campinas nos últimos cinco anos, segundo dados divulgados nesta semana pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). No final de 2014, o levantamento da agência apurou que mais da metade dos ocupantes do banco traseiro dos veículos não utilizava o cinto de segurança. Na ocasião, a adesão era de apenas 48% das pessoas. Em agosto deste ano a pesquisa foi refeita e apontou que 71% dos passageiros do banco traseiro utilizavam o equipamento de segurança nas rodovias da região de Campinas. Outros indicadores da pesquisa também tiveram melhora nos números. Em relação ao uso do equipamento entre motoristas e passageiros do banco dianteiro, o índice em 2014 era de 87% e 86%, respectivamente. Hoje, 97% dos motoristas e 94% dos passageiros do banco dianteiro utilizavam corretamente o cinto de segurança no momento da abordagem dos pesquisadores. A coordenadora de segurança viária da Artesp, Viviane Riveli, comemorou os números observados no período. Segundo ela, esse era um fator que há muito tempo vinha preocupando a agência. "Nós avaliamos os resultados da primeira pesquisa e vimos que havia uma grande necessidade de intensificar as campanhas educativas junto com as concessionárias, principalmente em relação ao cinto de segurança no banco de trás, onde poucas pessoas viajavam com o equipamento", explicou. De acordo com ela, alguns fatores ainda levam as pessoas a acreditar que não há necessidade de colocar o cinto de segurança no banco de trás do veículo. "O uso do cinto depende exclusivamente da consciência dos usuários e muitas pessoas têm uma falsa sensação de que o banco da frente protege o passageiro do banco traseiro em caso de impacto, o que não é verdade", afirmou. "Essas pessoas também têm a percepção de que no banco traseiro não serão multadas pela dificuldade de fiscalização. Elas precisam entender que o importante não é colocar o cinto por causa do guarda, mas, sim, porque o equipamento pode salvar a vida delas em caso de um acidente", ressaltou. Colisões fatais Em média, 15 pessoas morreram por mês vítimas de acidentes nas rodovias que cortam a Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2019. As estatísticas são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP), que computou 122 óbitos entre janeiro e agosto deste ano. O levantamento mostra ainda que a maioria dos óbitos (54%) ocorreu em virtude de colisões com outros veículos ou com objetos que estavam na pista. Moradora de Paulínia, a empresária Marta Oliveira Pires, de 44 anos, quase viu seu filho fazer parte das estatísticas em março deste ano. O garoto de 10 anos, que viajava no banco de trás do carro, sem o cinto de segurança, acabou sendo jogado para frente depois que ela precisou frear bruscamente o carro na Rodovia Dom Pedro I (SP-065). "Estávamos voltando do Shopping Iguatemi em direção a nossa casa. Um carro que estava na nossa frente freou do nada e eu pisei com tudo no freio. Meu filho se machucou e precisei levar ele no hospital", comentou. Ela conta que depois do episódio passou a observar mais o garoto, com o intuito de sempre verificar se ele está usando o cinto de segurança. "Naquele dia eu tinha pedido para o meu filho colocar o cinto de segurança, mas quando houve a freada descobri que ele não tinha me obedecido. Por sorte, nada de mais grave aconteceu."