Estado corre para cumprir prazo de envio de 30 policiais à unidade até o fim desse mês
O governo do Estado corre contra o tempo para enviar mais policiais à nova Delegacia Seccional de Campinas e cumprir a promessa feita pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, no dia da inauguração do prédio, no final de fevereiro. Na ocasião, ele disse que até o dia 31 de março a secretaria enviaria mais 30 policiais civis para a nova unidade. A cinco dias do prazo, a secretaria não soube dar detalhes sobre o assunto. Sem funcionários suficientes, a seccional não faz investigações, apenas registro de boletim de ocorrência e funciona como central de flagrantes.A reportagem solicitou por três dias seguidos informações à assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública sobre o envio de profissionais. Recebeu como resposta, na noite desta quarta-feira (26), que haverá a definição dos profissionais que virão para Campinas “nos próximos dias”. A secretaria, no entanto, não soube informar o número de policiais e se, após essa definição, eles começarão a trabalhar imediatamente. A assessoria informou que só teria condições de confirmar novas informações nesta quinta-feira (27).O delegado da segunda seccional campineira, Joel Antônio dos Santos, disse nesta quarta que também não tinha informações sobre a vinda dos policiais e que a decisão ou qualquer providência nessa área compete à secretaria. Segundo ele, as investigações estão sendo feitas somente nos distritos policias subordinados à seccional. “A vinda de mais policiais, aliviaria os DPs, com certeza”, disse.A promessa de reforço na unidade foi feita por Grella durante o evento de inauguração, junto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Na ocasião, questionado pela imprensa se policiais de outras delegacias — que já têm déficit de pessoal — seriam transferidos para a nova Seccional, o secretário negou e foi enfático ao dizer que, até o dia 31 de março, o Estado iria destinar 30 profissionais à nova unidade. Também disse que, ao longo do ano, mais 96 serão remanejados de delegacias onde há excedentes de pessoal e outros que realizam concurso público.Na semana passada, a secretaria disparou um e-mail com a informação de que 45 policiais estavam sendo nomeados pelo governador. Questionada pela reportagem se poderiam ser destinados a Campinas, a secretaria disse que eles ainda passarão por treinamento e que o local onde irão trabalhar ainda será definido. CategoriaPara o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região, Aparecido Carvalho, a abertura da delegacia foi um ato político. “Foi um erro do governador abrir a delegacia sem gente. Dessa forma não atende os objetivos principais, que seria a investigação naquela região. Nós entendemos que do jeito que está, contribui muito pouco para a segurança”, disse.Para que começasse a funcionar, ao menos de forma parcial, com 37 pessoas, 22 policiais foram transferidos da Capital e sete cedidos pelo Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).A delegacia foi alvo de polêmica desde a sua construção até a abertura, no Jardim Londres, às margens da Avenida John Boyd Dunlop. A nova unidade era uma promessa antiga de Alckmin. A previsão dada por ele é que fosse inaugurada no final do ano passado, depois veio a Campinas e prometeu que voltaria no final de janeiro para a abertura. A inauguração, no entanto, aconteceu somente no final de fevereiro e de forma parcial, sem as delegacias especializadas — Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) e Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A reforma do prédio não foi finalizada e não há pessoal suficiente para trabalhar nas especializadas.