pandemia

Rede municipal só retorna em julho

As declarações foram dadas em transmissão ao vivo realizada na manhã de ontem, por meio das redes sociais

Daniel de Camargo
01/05/2020 às 07:53.
Atualizado em 29/03/2022 às 12:39

Um dia depois de o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) ter pedido esclarecimentos sobre a possibilidade de Campinas antecipar o retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino, o prefeito Jonas Donizette (PSB) e a secretária de Educação, Solange Pelicer, afirmaram que as creches continuarão fechadas em maio, que a perspectiva é abrir as escolas para os estudantes do Ensino Fundamental em 1° de julho, e que não consideram reprovar estudantes. As declarações foram dadas em transmissão ao vivo realizada na manhã de ontem, por meio das redes sociais. Anteontem, o promotor de Justiça Rodrigo de Oliveira oficiou a Prefeitura de Campinas para saber se o Município já havia atingido curva decrescente segura do contágio de coronavírus, a ponto de justificar, ainda que com restrições, a retomada das atividades nas escolas, antes da rede estadual, que prevê a ação para julho. Jonas garantiu que não haverá prejuízos ao ano letivo se as aulas presenciais forem retomadas em julho, pois será possível atingir a carga horária mínima de 800 horas estabelecidas por Medida Provisória em decorrência da situação de calamidade pública. Anteriormente, a Educação Básica era obrigada a cumprir pelo menos 200 dias de efetivo trabalho escolar. Pelicer explicou que os estudantes irão continuar realizando atividades remotas. Neste mês, a Secretaria de Educação vai preparar, em conjunto com a Secretaria de Saúde, um projeto que definirá protocolos específicos para esse retorno. “Em primeiro lugar, está a preservação da vida dos alunos, familiares e profissionais da Educação”, comentou. A secretaria esclareceu que a quantidade de alunos matriculados, transporte escolar, amplitude da infraestrutura, por exemplo, refeitório, entre outros aspectos, serão considerados para cada unidade. Jonas disse que existe a possibilidade de que seja estabelecido um cronograma diferenciado para as escolas particulares. Um plano apresentado por empresários do setor está sendo analisado. O prefeito informou também que mil alunos, de 1,7 mil matriculados no 9° ano, irão receber tabletes mediante “critério social”. Para ampliar o acesso aos conteúdos on-line, serão entregues também chips com 5 gigas. “Quase todo mundo tem um celular”, contextualizou. Além disso, foi lançada uma plataforma digital que, segundo o assessor de tecnologia da Secretaria de Educação, Alexandre Tadeu Dias, tem a função de manter o vínculo e, consequentemente, a função social da escola. Não se trata, enfatizou, de Ensino a Distância (EAD). TV Câmara Desde o fim do recesso escolar, que foi antecipado e aconteceu de 23 de março a 5 de abril, os alunos da rede municipal de ensino estão recebendo conteúdo em plataformas digitais como forma de minimizar os impactos do isolamento social no ano letivo. Contudo, a partir deste mês, em uma parceria com a Prefeitura, a TV Câmara Campinas vai transmitir videoaulas voltadas para cerca de 70 mil alunos. O canal Legislativo atinge todo o Município (400 mil residências) em sinal aberto, além do canal 4 da NET e 9 da Vivo Fibra. Jonas destacou que as transmissões pela TV independem de conexão via Internet, sendo assim mais acessível em diversas regiões da cidade. A Câmara Municipal de Campinas informou, em nota, que as negociações se iniciaram em abril e, nesse período, as videoaulas estavam sendo produzidas pela Secretaria de Cultura, no formato HD. Todo o conteúdo é exclusivo da Secretaria de Educação e o destinado ao Ensino Fundamental se utiliza, inclusive, de personagens e animações para facilitar a compreensão e serem mais atrativas aos alunos. O chefe do Executivo ressaltou que o material inicial será encaminhado na próxima segunda-feira. Presidente da Câmara, o vereador Marcos Bernardelli (PSDB) disse que o canal sempre tem se pautado não apenas por dar transparência aos atos do Legislativo como também por levar serviços e informações relevantes à comunidade. “Possibilitar que os estudantes assistam aulas em casa neste momento é, com certeza, um serviço fundamental e por isso assim que a ideia surgiu já a encampamos de imediato, inclusive oferecendo, se necessário, os nossos estúdios para produção”, completou. Cestas Ainda na coletiva de imprensa, foi anunciado que cerca de 9 mil cestas básicas serão entregues para alunos da rede municipal que estão em situação de pobreza e extrema pobreza até a próxima terça-feira. Os atendimentos foram iniciados na última terça-feira, e beneficiam aqueles que vivem com renda per capita de até R$ 178. Ao todo, mais de 10 mil alunos serão favorecidos, destacou o prefeito. As cestas serão entregues também nos próximos dois meses, sempre na última semana. Para evitar aglomerações, as entregas estão sendo agendas e sempre com intervalos. A Secretaria de Educação informou, em nota, que cada cesta básica custou R$ 54 e conta com arroz, feijão, macarrão, farinha de mandioca, açúcar, sal, óleo, molho de tomate, farinha de trigo, café, leite em pó, sardinha e bolacha maisena.

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