MEIO AMBIENTE

Rede multiplica 'soldados' verdes

Programa, já em vigor, envolve a população na recuperação de mananciais e matas degradadas

Rogério Verzignasse
12/07/2018 às 07:28.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:10
Despertar a consciência da garotada para a preservação ambiental é uma ferramenta eficaz para um futuro mais promissor dos recursos naturais (Divulgação)

Despertar a consciência da garotada para a preservação ambiental é uma ferramenta eficaz para um futuro mais promissor dos recursos naturais (Divulgação)

Um projeto que já começou a ser implementado pelo governo municipal promete transformar o conceito que o campineiro tem de sustentabilidade, proteção e preservação ambiental. O programa pretende formar educadores, instalar espaços para aulas práticas, planejar e monitorar as ações socioeducativas na cidade toda. A rede sistematizada de informações é rara em cidades do porte de Campinas, e cria ferramentas de proteção à natureza. O plano foi regulamentado por meio de lei em junho de 2017. Já funciona o primeiro Centro de Educação Ambiental aberto à garotada nas dependências da Mata Santa Genebra, maior e mais importante fragmento florestal urbano no município. Lá dentro, a criançada recebe a orientação de monitores especializados e aprende, passo a passo, as causas de degradação e como ela precisa ser combatida, cotidianamente. Até dezembro devem estar funcionado outros três polos educativos, no Bosque dos Jequitibás, no Centro de Conhecimento das Águas e na Estação Ambiental de Joaquim Egídio. Os idealizadores estimam que, até 2026, Campinas vai contar com a rede completa de avaliação e monitoramento das condições ambientais do município. Imediatamente, o programa prevê a criação de uma plataforma digital para a difusão do conhecimento e a divulgação das atividades. O mais interessante é que o Plano Municipal de Educação Ambiental não implica em gastos astronômicos. Os técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente ganham o apoio de profissionais de outras pastas (como Educação, Cultura, Serviços Públicos, Assistência Social e Desenvolvimento Econômico), de empresas e das diretorias estaduais de ensino. Está prevista a contratação pontual de especialistas (por meio de concurso) e a utilização de estruturas já disponíveis. E as ações serão, basicamente, financiadas com recursos do próprio Fundo de Recuperação, Manutenção e Preservação do Meio Ambiente (ProAmb). De acordo com a coordenadora setorial de projetos e Educação Ambiental, Dominique Missio de Faria, a proposta essencial do plano é envolver a população no socorro ao meio ambiente. “Queremos estabelecer uma cultura de sustentabilidade. Fazer com que as pessoas deixem de jogar lixo em locais inadequados, deixem de agredir mananciais, deixem de desmatar”, explica. Áreas ameaçadas O secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, explica que as atividades de preservação não são obrigação exclusiva do governo. É preciso, diz, que a população assuma o compromisso de cuidar do meio ambiente. A falta dessa postura consciente traz consequências que estão diante dos nossos olhos. A cidade tem diversas áreas de proteção permanente impactadas. Matas que são destruídas diariamente, por pessoas irresponsáveis, inconsequentes, defende Menezes. Há outros clássicos exemplos de falta de cidadania. Há casos em que a rede de coleta de esgoto passa na frente da casa do cidadão. Mas, para economizar, ele prefere fazer a ligação da própria casa diretamente na rede pluvial. A sujeira, sem nenhum tratamento, vai direto para o rio. Outro exemplo: moradores querem que a Prefeitura faça a supressão de árvores que soltam folhas e entopem calhas. Seria correto – e muito mais simples – que cada cidadão simplesmente fizesse a limpeza periódica da calha.

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