Redação pode dar margem à confusão

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujo primeiro dia de provas ocorreu domingo, pode ter causado alguma confusão. A avaliação é de Célio Tasinafo, diretor pedagógico do Curso e Colégio Oficina do Estudante, que entende que o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet” pode ter feito com que muitos estudantes tenham focado seus textos abordando assuntos relacionados à fake news, quando o tema seria muito mais amplo, em sua visão. “O tema da redação foi oportuno, mas pouco teve a ver com fake news ou disseminação de notícias falsas no WhatsApp, que eram temas bem recorrentes, que os alunos vinham até esperando que caísse. Acredito que pode ter gerado algum tipo de confusão e feito os alunos se atrapalharem”, observou. “Se o aluno não ficou atento à coletânea completa antes de fazer a redação, pode ter se equivocado. O ideal era abordar mais questões como algorítimos de internet e consumo de dados”, completou o diretor. Segundo ele, a prova em si não fugiu do padrão adotado nos últimos anos, abordando questões de ideologia de gênero, conquistas das mulheres e luta contra o racismo. Ao todo, foram 90 questões de linguagens e ciências humanas. A única surpresa, para Tasinafo, foi o aumento de questões de filosofia, e a citação de autores da filosofia cristã como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho na mesma prova. No próximo domingo, ocorre o segundo dia de provas do Enem, com questões de ciências da natureza, segmento que compreende física, química e biologia, além de matemática. Campinas tem 24,5 mil inscritos para o Enem neste ano.