indaiatuba

Recém-nascido é mantido em freezer

O caso foi descoberto após uma filha dela, de 13 anos, estranhar um embrulho na geladeira e avisar o avô, que avisou o Conselho Tutelar

Alenita Ramirez
05/07/2018 às 07:53.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:49
Investigadores na cena do crime; nem a família nem o namorado admitiram saber da gravidez de Jaiane (Reprodução/TV Sol Comunidade)

Investigadores na cena do crime; nem a família nem o namorado admitiram saber da gravidez de Jaiane (Reprodução/TV Sol Comunidade)

Uma mulher de 30 anos foi presa por ocultação de cadáver, anteontem à tarde, em Indaiatuba. Jaiane Letícia Sampaio mantinha o corpo de um recém-nascido congelado no freezer de casa havia ao menos dois meses. O caso foi descoberto após uma filha dela, de 13 anos, estranhar um embrulho na geladeira e avisar o avô, que avisou o Conselho Tutelar. De acordo com o delegado Luiz Fernando Dias de Oliveira, Jaiane alegou que teve um aborto natural em casa aos oito meses de gestão e não soube o que fazer com o corpo, que é de um menino. Ela passou por audiência de custódia ontem de manhã e o juiz manteve a prisão, passando de temporária para preventiva. Segundo Oliveira, a família de Jaiane alegou que não sabia da gravidez. A adolescente disse para a polícia que apenas desconfiava. Ela é mãe de quatro filhos e mantinha um relacionamento amoroso; o namorado prestou depoimento, mas afirmou que desconhecia a gestação dela. “Ela disse que ocultou de todo mundo e que no oitavo mês teve um aborto espontâneo. Mas tudo isso será investigado. Vamos apurar quais foram as causas da morte do bebê. Se foi um aborto espontâneo ou com ajuda de terceiros ou também um infanticídio. Também será verificado se a criança nasceu morta ou viva, tudo será apurado”, disse o delegado. A perícia foi acionada e o cadáver encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Campinas. Adolescente achou o corpo quando ia preparar refeição De acordo com Oliveira, a descoberta do cadáver foi na segunda-feira, mas a polícia só foi acionada anteontem. A adolescente, filha mais velha da suspeita, mora alternadamente entre a casa do avô e da mãe, no Jardim Morada do Sol. Na segunda-feira, data que a mulher completava 30 anos, a menina foi chamada para cuidar dos irmãos enquanto a mãe estaria fora de casa. A adolescente foi orientada a preparar a refeição para os irmãos menores e, ao abrir a geladeira, deparou com um embrulho no congelador. “Ela pegou o pacote, abriu e ao ver o que estava dentro, chamou o avô, que é pai da Jaiane. Eles fotografaram e guardaram do mesmo jeito no congelador para não levantar suspeitas. Ontem (anteontem), ligaram no Conselho Tutelar e contaram a história. O Conselho nos chamou”, contou Oliveira. Jaiane estava em casa quando os policiais chegaram. Segundo o delegado, ela se manteve fria e alegou que a princípio escondeu o bebê em um buraco no muro, mas começou a dar mau cheiro e houve reclamação da vizinhança. Então, o cadáver foi colocado no congelador. “Ela disse que ficou de dois a três dias no buraco, inclusive havia larvas congeladas no bebê. Ela falou que simplesmente não conseguiu jogar o corpo no lixo ou no rio e como não soube o que fazer, escondeu”, disse Oliveira. O delegado disse que foi a primeira vez que deparou com um caso como esse, mas uma das investigadoras da delegacia acompanhou um caso semelhante em 2013. “Foi uma situação atípica, que comoveu”, disse. “Esse caso é muito chocante. Causou um grande impacto para todo mundo. Até hoje não conhecia um casso assim, em que a mãe esconde o corpo de um filho. Ela passará por avaliação psicológica e ginecológica”, disse o delegado da 2ª Delegacia Seccional de Campinas, que abrange Indaiatuba, José Henrique Ventura. Segundo Oliveira, o laudo que apontará detalhes sobre a criança, como causa da morte, quanto tempo tinha e como foi o nascimento, deverá ficar pronto em no máximo 20 dias.

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