COMBUSTÍVEIS

Recap alerta para alta do biodiesel

Aumento de 67% neste ano preocupa representantes dos proprietários de postos em todo Estado

Henrique Hein
31/10/2020 às 10:31.
Atualizado em 27/03/2022 às 18:27
Categoria credita aumento sucessivo à venda internacional de soja, que é o principal insumo do combustível (Matheus Pereira/AAN)

Categoria credita aumento sucessivo à venda internacional de soja, que é o principal insumo do combustível (Matheus Pereira/AAN)

Sindicatos dos postos de com</IP>bustíveis do Estado de São Paulo, inclusive o de Campinas, demonstram preocupação com a disparada do preço do biodiesel no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor do produto registrava, até ontem, alta de 67% em 2020. O temor das entidades é de que o encarecimento contínuo traga novos impactos para economia e que vão além do valor cobrado nas bombas.Flávio Campos, presidente do Sindicato dos Varejistas de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap), explica que hoje o principal modal de transporte brasileiro é o rodoviário, feito por caminhões à diesel, o que faz com que o encarecimento do combustível impacte diretamente os demais setores da economia nacional, que não conseguiriam absorver o prejuízo e repassariam o custo para os consumidores. "O diesel é um pressionador inflacionário. Se o preço dele sobe, o do transporte sobe e, consequentemente, os demais setores sobem junto”, disse ele. Em 2018, a alta no preço do diesel foi o principal motivo que provocou a greve dos caminhoneiros. O movimento paralisou estradas, esvaziou prateleiras de mercados e demonstrou a insatisfação da categoria com a política de preços que havia sido definida pelo governo do presidente Michel Temer. “O transporte interfere no preço dos outros produtos. A preocupação é que se não forem tomadas medidas no tempo certo, quem vai pagar a conta é à população”, pontuou Campos. Segundo os sindicatos paulistas, os consecutivos aumentos no preço do biodiesel vêm ocorrendo por causa da alta demanda da soja no mercado internacional, em razão da forte desvalorização do real frente ao dólar americano, em meio à crise econômica, provocada pala pandemia do novo coronavírus. “Essa venda para ao mercado internacional, sobretudo para a China, encarece o preço da soja e que é o principal insumo que faz o biodiesel”, frisou Campos. Por lei, as distribuidoras são obrigadas a adicionar biodiesel ao diesel de petróleo para vender o óleo diesel aos postos de gasolina. As compras são realizadas por meio de leilões bimestrais, organizados pela ANP. Devido a situação, recentemente a adição obrigatória foi temporariamente reduzida de 12% para 11% até dezembro de 2020. Para Campos, esse valor poderia ser ainda menor. "Eu acho que a diminuição da porcentagem geraria uma diminuição de demanda por biodiesel, o que geraria uma procura menor pela soja e traria com isso uma alivia no preço”, destacou.

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