Dia de fúria

Rapaz mata cão e mulher com escapamento de moto

Ataque aconteceu em uma república de Artur Nogueira quando a vítima chegava do trabalho; agressor era vizinho e estava desempregado

Alenita Ramirez
22/07/2020 às 12:12.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:49
Rapaz mata cão e mulher com escapamento de moto (Wagner Souza/AAN)

Rapaz mata cão e mulher com escapamento de moto (Wagner Souza/AAN)

Um ajudante geral de 27 anos enfurecido levou pânico e causou a morte de uma mulher de 35 anos e de uma cachorra Shih Tzu de um ano, no final da tarde desta terça-feira (21), em Artur Nogueira. Marco Antônio Paulo do Nascimento ainda agrediu dois policiais militares que tentaram contê-lo, mas acabou morto pelos policiais que se defenderam das agressões. O crime aconteceu na Rua Armando Beck, no Parque dos Trabalhadores, por volta das 16h50. Sedilene Rodrigues Damasceno chegava do trabalho quando deparou com Nascimento já em estado de fúria. Ela foi morta com golpes de escapamento na cabeça. A vítima era vizinha do ajudante geral. A república é composta de dois blocos, com dois na parte térrea e dois no andar superior, além de uma edícula nos fundos. Os blocos têm entradas independentes. De acordo com testemunhas Nascimento morava na parte térrea havia três anos. Ele dividia aluguel com um rapaz. Sedilene também morava na parte térrea, mas do lado do bloco dele, com uma moça. A dona da cachorrinha, mora em um dos blocos superiores. Segundo testemunhas, Nascimento ficou desempregado com a pandemia e havia três dias andava estranho. Ele teria passado os dias rezando. O ataque aconteceu perto do horário de chegada dos moradores da república. A dona da cachorrinha trabalha como cuidadora de idosos. O animal, de nome Luna, estava sozinha em casa, na sacada, que é fechada por um portãozinho. Nascimento teria arrombado o portão social de acesso à casa, invadido a casa da moça a procura dela, mas como não a achou, agrediu a cachorrinha que estava perto da porta, presa a uma coleira. O rapaz usou um escapamento para atacar o animalzinho, que foi agredido na cabeça. A cachorrinha ainda tentou fugir, mas novamente foi atingida na cabeça e morreu. “A Luna sempre ficou dentro de casa, nos fundos. Ontem (terça-feira) coloquei a coleira que comprei para deixá-la solta na sacada, para não ficar tão presa em casa. Acredito que ele viu a Luna e achou que eu tivesse em casa. Ele revirou minha casa a minha procura e só matou a cachorra quando saiu”, contou Geovana Barbosa da Silva, de 26 anos. Após deixar a casa da cuidadora, Nascimento correu para a rua e avistou outros. Sedilene, outra moradora da república e a dona do local, que também tem uma loja de material de construção próxima a república. Segundo testemunhas, o ajudante geral correu atrás dos três, e a comerciante e o rapaz conseguiram correr pela via. Mas Sedilene tentou se esconder no interior da loja. O suspeito foi atrás dela, a rendeu e depois levou a vítima para a rua, arrastada. “Ele batia nela com o escapamento. A Sedilene tentava se defender, mas ele estava enfurecido. Em dado momento ela tropeçou na boca de lobo e caiu e ele bateu muito na cabeça dela”, contou a aposentada Maria Aparecida Santos, de 65 anos, que mora perto de onde tudo aconteceu. “Eu estava na garagem da minha casa, com o portão fechado. Não consegui fazer nada, pois fiquei com medo da atitude do rapaz”, acrescentou. Relatos de alguns moradores são de que a fúria do rapaz teria sido causada pelos latidos da cachorrinha, mas Maria Aparecida disse não ter ouvido barulho. “Eu seguia para um endereço próximo, onde faria um trabalho quando deparei com a moça correndo. Achei que era uma briga de casal e tentei falar com o rapaz, mas ele estava muito agressivo. Fui para a rua de trás e avistei uma viatura e pedi ajuda”, contou o técnico em telecomunicação Stevens Dawes, de 33 anos, que filmou a agressão contra a mulher. Nascimento chegou a tentar fugir com a moto dele, mas com a chegada da viatura, ele desceu e partiu para cima dos policiais com o escapamento, ferindo dois soldados. Os policiais ainda deram um tiro para assustar o agressor, mas ele não se intimidou e seguiu com o ataque. Foi aí que foi dado um segundo disparos que o matou. O ajudante geral era do estado do Paraná. Já Sedilene, do estado de Minas Gerais. Ela trabalhava em uma cooperativa de frangos em Holambra, onde trabalha a maioria dos moradores, inclusive onde o agressor trabalhou.

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