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Racha: PSDB volta às urnas sob oposição de descontentes

Ala pedirá impugnação do pleito ao diretório estadual até amanhã

Milene Moreto
18/04/2013 às 08:11.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:52
Filiados ao PSDB durante a eleição realizada no último domingo: oposição tenta invalidar processo (Janaína Maciel/ Especial para a AAN)

Filiados ao PSDB durante a eleição realizada no último domingo: oposição tenta invalidar processo (Janaína Maciel/ Especial para a AAN)

Em meio a um racha interno e, apesar dos questionamentos da ala dos “descontentes” sobre a legalidade da eleição do diretório do PSDB, o partido volta às urnas hoje para escolher os membros da Executiva. O pedido de impugnação do pleito deverá ser encaminhado para o diretório estadual até amanhã. O presidente do partido no Estado, o deputado Pedro Tobias, informou ontem que só irá se manifestar depois que o documento for protocolado e passar pela análise do departamento jurídico.

De um lado, o vice-prefeito Henrique Magalhães Teixeira une forças com o vereador Artur Orsi e com o secretário de Transporte Metropolitano, Jurandir Fernandes, na tentativa de invalidar o processo eleitoral que teve início na última semana, sob a justificativa de que não houve o cumprimento dos prazos estatutários por parte do comando tucano.

Do outro, a deputada estadual Célia Leão, atual presidente, se aliou ao deputado federal Carlão Sampaio e parte da bancada dos vereadores na Câmara em defesa da legalidade do pleito que a leva à reeleição. No processo eleitoral de hoje, os tucanos escolhem o presidente e os integrantes da comissão que ficarão no comando da legenda nos próximos dois anos.

A eleição do diretório ocorreu no último domingo. Porém, o processo para a eleição da comissão executiva foi adiado, de acordo com Célia, em razão da demora para escolher os integrantes, o que acabou ultrapassando o horário limite.

A presidente evitou entrar no embate proposto pela ala do “descontentes” e disse que o processo eleitoral respeitou o estatuto, mas alfinetou indiretamente seus rivais dentro do partido. “Eu vou respeitar (o pedido de impugnação)porque o partido tem uma série de militantes com opiniões divergentes. Na minha avaliação, tudo saiu da forma correta. Ninguém foi excluído, eu acho que é um entendimento e vou respeitar. Nós não estamos aqui para atrapalhar a vida de ninguém, queremos construir um partido político. Partido político não existe para bancar apoios individuais, é coletivo, serve para formular questões e projetos que possam ajudar a sociedade e não para enaltecer a’ ou ‘b’”, afirmou a tucana.

Durante o pleito realizado no último domingo, filiados contrários à composição da chapa de Célia fizeram críticas à falta de espaço dentro da legenda para que tucanos históricos e com representação no PSDB integrassem o diretório. Segundo o vereador Artur Orsi (PSDB), a chapa proposta pela deputada deixou de fora o vice-prefeito, o vereador mais bem votado da cidade na última eleição (ele próprio) e o secretário de governo do Estado, Jurandir Fernandes. Orsi também questionou o prazo estipulado pela presidência para que as chapas fossem inscritas. Por essas razões, o vereador e outros integrantes da legenda decidiram entrar com um processo de impugnação do pleito na esfera estadual do partido.

O parlamentar não reconhece a legalidade da eleição que será realizada hoje. “Nós estamos fora. Não considero o processo válido. Temos o apoio de filiados históricos e que vão assinar o documento da impugnação. O prazo para que nosso grupo faça o questionamento vence nesta sexta-feira”, afirmou o tucano.

Henrique esteve esta semana com o presidente estadual da legenda. Segundo o vice-prefeito, a pauta não era a eleição do diretório, mas os dois conversaram sobre o assunto. O Correio apurou que a ala dos “descontentes” também se reuniu na noite de ontem para elaborar o documento de impugnação. Henrique disse que agora deve argumentar com a estadual sobre o episódio ocorrido em Campinas. Ele também tentou integrar o diretório estadual, mas não conseguiu se eleger esta semana.

Na eleição realizada no último domingo, a chapa única, constituída por 51 titulares e 17 suplentes, recebeu apoio de 116 dos 118 presentes — houve um voto contrário e um nulo.

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