PERIGO

Queimadas têm aumento de 740%

Defesa Civil registrou 74 focos de incêndio entre maio e junho; foram 10 no mesmo período de 2019

Gilson Rei/AAN
05/07/2020 às 09:25.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:10
Autoridades tentarão agir com maior rigor no combate às queimadas durante julho, agosto e setembro, meses de estiagem e poucas chuvas  (Leandro Ferreira/AAN)

Autoridades tentarão agir com maior rigor no combate às queimadas durante julho, agosto e setembro, meses de estiagem e poucas chuvas (Leandro Ferreira/AAN)

A Defesa Civil de Campinas registrou um aumento de 740% no volume de focos de incêndios em maio e junho deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, tornando mais graves os problemas respiratórios em um ano de pandemia por Covid-19. Números apresentados na reunião ordinária do Comitê Gestor da Operação Estiagem 2020, terça-feira passada, dia 30, mostram que 74 focos de incêndios e 335 vistorias preventivas foram registradas nos últimos dois meses — de 1º de maio a 28 de junho. O volume de queimadas cresceu mais de sete vezes, pois entre maio e junho do ano passado foram registrados 10 focos de incêndios e 87 vistorias preventivas. O que mais preocupa é que os casos de incêndios tendem a aumentar nos próximos meses que virão: julho, agosto e setembro, período de estiagem e poucas chuvas. Em 2019, nesses três meses, a Defesa Civil atendeu 132 focos de incêndio: 11 em julho, 54 em agosto e 67 em setembro. No mesmo período foram realizadas 367 vistorias preventivas: 52 em julho, 191 em agosto e 124 em setembro. Ações de enfrentamento e combate aos incêndios estão sendo preparadas com mais rigor neste ano, tendo em vista o aumento de queimadas nos últimos dois meses e também devido à Covid-19. Novas medidas estão em planejamento na Defesa Civil e nas secretarias municipais do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Serviços Públicos, da Comunicação. Participam também do planejamento a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) e a Fundação José Pedro de Oliveira, responsável pela conservação e gestão da Mata de Santa Genebra. Sidnei Furtado, diretor da Defesa Civil, destacou que o número de queimadas é preocupante e que a situação fica ainda pior se não houver um planejamento. “A estiagem e as queimadas estão sendo tratadas como um eixo estratégico no Comitê Municipal de Enfrentamento da Pandemia de Infecção Humana pelo novo coronavírus em virtude da complexidade. Em tempos de coronavírus, é necessário reduzir o número de pessoas que buscam atendimento no Sistema Público de Saúde com problemas respiratórios decorrentes do período do tempo seco”, afirmou. Sinal Furtado lembrou que a previsão de um aumento de queimadas em julho, agosto e setembro acende o sinal de alerta para uma situação já existente de demanda e procura por leitos hospitalares por conta da Covid-19. Segundo o diretor, a Defesa Civil monitora as áreas de incêndios com o uso de drone e também das imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “O Instituto fornece imagens capturadas por satélites que possam ajudar a Defesa Civil a identificar terrenos que apresentem algum potencial de risco no município”, destacou. A Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que integra a Operação Estiagem, vai aplicar as medidas necessárias, preventivas e punitivas para combater as queimadas. Furtado lembrou que provocar incêndio ambiental é crime. Poderão ser aplicadas penalidades de advertência e multa, variando de 80 a 80 mil Unidades Fiscais de Campinas (UFICs), valores que correspondem a uma multa entre R$ 290,00 e R$ 290 mil, sem considerar os gastos com prejuízo das medidas de reparação e de compensação dos danos causados. Quando ocorrerem em áreas especialmente protegidas, o valor das multas é dobrado, podendo chegar a R$ 580 mil.

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