tempo seco

Queimadas aumentam 176% no mês de abril

A falta de chuvas em abril fez o número de queimadas aumentar em 176% no Corredor Dom Pedro, sistema formado por cinco rodovias

Daniel de Camargo
07/05/2020 às 07:47.
Atualizado em 29/03/2022 às 12:26

A falta de chuvas em abril fez o número de queimadas aumentar em 176% no Corredor Dom Pedro, sistema formado por cinco rodovias que cortam importantes cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). As ocorrências saltaram de 30 em 2019, para 83 neste ano. Segundo a Rota das Bandeiras, responsável pela administração dessas rodovias, a situação exige cuidados por parte dos motoristas, que também podem ajudar a reduzir essa estatística nos próximos meses. Durante os 30 dias do mês de abril passado, o mais seco dos últimos 20 anos, com zero milímetro de chuva no período, em Campinas, segundo o Centro Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, foi registrada média de três focos de incêndio por dia. “A situação se torna ainda mais preocupante em tempos de pandemia, uma vez que os principais alvos do coronavírus são os pulmões e o sistema respiratório”, informou a concessionária, em nota. Em relação a março, que costuma ser um mês chuvoso, o número de queimadas apresentou uma alta de 151%. Foram 33 ocorrências de focos de incêndio. Para o coordenador de tráfego da Rota das Bandeiras, Murilo Perez, é importante a revisão de alguns hábitos por parte dos motoristas para evitar a incidência de queimadas. “São atitudes simples, mas que podem fazer a diferença, como evitar jogar bitucas de cigarro ou lixo pela janela do veículo”, esclarece. De acordo com a concessionária, o tempo seco ocasionado pela ausência das chuvas deixa, consequentemente, a vegetação mais seca, se tornando uma espécie de combustível para o início dos incêndios e a expansão das chamas. “Entre os principais fatores causadores de incêndio, além dos cigarros arremessados por motoristas, está a utilização de fogo para limpeza de terrenos, queima de lixo, fogueiras, queimadas para fins agrícolas não autorizadas e balões”, frisa o texto. Segundo Perez, além do fator ambiental, as queimadas podem representar outros riscos para quem viaja pela rodovia. “A fumaça dificulta a visibilidade dos motoristas e o calor pode afugentar os animais para as pistas, ocasionando atropelamentos”, explica. Para combater os incêndios, a Rota das Bandeiras posiciona caminhões-pipa em pontos estratégicos da malha viária. Além disso, a frota de veículos de inspeção possui abafadores para o combate de pequenas chamas. A concessionária também conta com apoio do Corpo de Bombeiros, sobretudo em eventos de grandes proporções, e atua com supervisão da (Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Outras rodovias A Renovias, que administra o trecho entre Campinas e Jaguariúna, da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340), popularmente chamada de Campinas-Mogi, contabilizou oito focos de incêndio em abril passado, ante três no mesmo período de 2019. Ou seja, aumento em torno de 166%. “Cabe ressaltar que os meses de maior incidência são junho, julho e agosto”, informou a concessionária. A AB Colinas, responsável por administrar a Rodovia Santos Dumont (SP-075), que liga Campinas a Indaiatuba, informou, em nota, que foram registrados sete casos de queimadas no mês de abril deste ano. Em abril de 2019, foram oito ocorrências. “Nenhuma das queimadas foi de grande proporção”, encerra a nota. A Rodovias do Tietê, que administra a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), popularmente conhecida como Rodovia Campinas-Monte Mor, informou, também em nota, que registrou 49 queimadas em 2020. Porém, em 95% houve rápida intervenção sem impacto aos usuários.

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