aglomeração

Quantidade de festas aumenta no final de semana

Ações da GM flagraram dez ocorrências, cerca de 20% do total registrado em todos os meses de pandemia

Henrique Hein
28/07/2020 às 10:45.
Atualizado em 28/03/2022 às 20:03
Medidas mais duras para evitar festas e aglomerações devem ser tomadas pela Prefeitura de Campinas (Divulgação)

Medidas mais duras para evitar festas e aglomerações devem ser tomadas pela Prefeitura de Campinas (Divulgação)

A quantidade de festas clandestinas em chácaras e outros espaços com capacidade para grandes aglomerações aumentou no último final de semana em Campinas, segundo dados da Guarda Municipal (GM). Dez ocorrências foram registradas — o que representa mais de 20% do total de 45 festas computadas pela corporação desde o início da pandemia. Entre os meses de março e maio, a GM não registrou nenhum evento dessa natureza na cidade. Em contrapartida, em junho, foram 16 ocorrências, enquanto em julho ocorreram 29 até o último domingo. Entre as localidades, os distritos do Ouro Verde e do Campo Grande são os que mais têm preocupado as autoridades. “Algumas pessoas ainda não entenderam a importância do isolamento social para que não haja contaminação pelo Covid-19”, disse Márcio Frizarin, comandante da Guarda Municipal de Campinas. As festas promovidas neste final de semana foram motivo de preocupação para o prefeito Jonas Donizette (PSB), que disse ontem, durante uma transmissão em suas redes sociais, que pediu apoio da Polícia Militar na força-tarefa de repressão contra essas ocorrências. Jonas destacou ainda que o município vai adotar novas formas de registrar os casos e também multar veículos com som alto. Para isso, informou que pediu análise jurídica sobre a possibilidade de utilizar fotos de placas dos veículos, tiradas pela população, nos locais onde há aglomerações. “Vou usar todas as armas que puder para conter essas ocorrências, que hoje são um dos maiores problemas que temos no enfrentamento ao novo coronavírus”, disse ele. Para o prefeito, a realização dessas festas em meio à pandemia é um grande desafio, porque além do desrespeito as regras sanitárias, ainda há casos em que os participantes desacatam as autoridades. No último domingo, por exemplo, uma equipe da GM foi atacada com garrafas, cadeiras e faca por participantes de uma festa no bairro Chácaras Coelho, em Hortolândia. Um dos guardas teve a mão fraturada e um dos veículos da corporação foi danificado. Cerca de 50 participantes foram levados à delegacia de plantão. A chácara foi lacrada, o proprietário multado em R$ 5,3 mil pela Vigilância Sanitária e R$ 3,5 mil por perturbação do sossego. Segundo a Prefeitura, os agressores irão responder por lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio público e infração contra o código sanitário. De acordo com Frizarin, é fundamental que eventos como esses, que promovem a aglomeração de pessoas, sejam denunciados pela população junto à corporação, por meio dos telefones: 153 ou 156. “As denúncias feitas de forma clara, com o endereço completo do local e uma estimativa de quantas pessoas estão presentes na festa, é importante para que a gente possa agir”, destacou ele. Na avaliação da psicóloga Paula Montenegro, o longo período de isolamento social, apesar de necessário para combater o alastramento de mortes e casos da Covid-19, interfere na maneira como as pessoas levam a sério essa questão. Segundo ela, quanto mais o tempo passa, maior é a dificuldade em conseguir cumprir a quarentena. “O fato de estarmos há quatro meses numa quarentena pesa para todo mundo, porque o ser humano necessita do contato com as outras pessoas para se desenvolver. Conforme o tempo vai passando, muitos tendem a abrir brechas, justamente, por sentirem falta da rotina e da normalidade que eles tinham antes”, explica ela. Além da necessidade do contato físico, a especialista também acredita que o cenário de incertezas políticas no País contribui para que a população descumpra as medidas de isolamento social. “Não dá para ignorar o fato de que as autoridades estão sendo contraditórias desde o começo da pandemia. Há aqueles que defendem o isolamento, mas também há quem não concorde com ele. Essas contradições influenciam muitas pessoas a acharem que o isolamento, no qual estamos sendo submetidos, não pareça mais fazer tanto sentido assim”.

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