EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

PUC inaugura laboratório de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT)

Denominado AIoTLab, programa lançado pela universidade pretende capacitar profissionais para desenvolvimento de novas tecnologias

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br
20/02/2024 às 08:48.
Atualizado em 20/02/2024 às 08:48

O reitor Germano Rigacci Júnior destacou que as parcerias do programa AIoTLab são importantes e mostram o compromisso da universidade com as suas atividades-fim: ensino, pesquisa e extensão; o arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da PUC-Campinas, Dom João Inácio Müller, também participou da inauguração (Rodrigo Zanotto)

A PUC-Campinas lançou na segunda-feira (19) o Programa AIoTLab Brasil com o objetivo de realizar pesquisas para desenvolver novas tecnologias, com base na Inteligência Artificial (IA) e na Internet das Coisas (IoT), em áreas como saúde, agropecuária, telecomunicações e outras. A parceria entre a Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc) e dez empresas de alta tecnologia tem o intuito de encontrar soluções disruptivas (mais simples ou baratas do que as existentes, ou capazes de atender um público que antes não tinha acesso ao mercado) e capacitar profissionais para atuar neste ramo.

O núcleo é voltado a atender as demandas de mercado existentes e também já se antecipa para as futuras, como a instalação do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (Hids), distrito inteligente de 11,3 milhões de metros quadrados (m²) com ocupação mista residencial, comercial e industrial, no segmento de alta tecnologia, na região de Barão Geraldo. O projeto criado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com parceria da PUC-Campinas e institutos de pesquisas, integra o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS) da Prefeitura, projeto que está em tramitação na Câmara Municipal e muda as leis de parcelamento, zoneamento e ocupação de solo de aproximadamente 17,8 milhões m² para a implantação dos empreendimentos.

O AIoTLab, composto por três laboratórios, segue os conceitos do HIDs de construir uma estrutura que combina e articula ações para prover contribuições concretas para o desenvolvimento sustentável de forma ampla, incluindo as ações que tenham impactos nos eixos social, econômico e preservação ambiental. Os espaços contam com dispositivos, sensores e outras tecnologias, conectadas por meio de redes de telecomunicações, aplicadas para pesquisas em IA e IoT. O nome do programa é formado pelo acrônimo das palavras em inglês que indicam essas tecnologias de ponta.

Os equipamentos podem estar ligados a mainframes (computadores projetados para processar um grande volume de dados simultaneamente) ou por computação em nuvem (fornecimento de serviços de computação, incluindo servidores, armazenamento, bancos de dados à distância), que oferecem recursos quase ilimitados para processar grandes volumes de dados, acelerando a pesquisa. O programa terá a participação de profissionais das empresas envolvidas, pesquisadores, professores e alunos da PUC.

IMPORTÂNCIA

“O AIoTLab vai usar o grande potencial da universidade e a força de Campinas para compartilhar conhecimento e o transformar em soluções para a sociedade”, disse a gerente do Mescla, Diane Teo de Moraes. O Mescla é um ecossistema criado na PUC-Campinas para incentivar práticas inovadoras e de empreendedorismo para conectar os estudantes e start-ups, grandes empresas e investidores.

A universidade tem 68 cursos de graduação nas áreas de ciências humanas, exatas e biológicas, além de mais de 30 de pós-graduação, contando com cerca de 15 mil alunos. “Essa parceria é muito importante também no que diz respeito ao compromisso das suas atividades-fim, ensino, pesquisa e extensão, e confirma a identidade católica da PUC-Campinas, que faz com que ela busque respostas aos desafios que são colocados pela sociedade”, afirmou o reitor da instituição, Germano Rigacci Júnior.

“A gente tem que desenvolver a tecnologia no Brasil”, enfatizou o coordenador de Regulamentação Técnica da Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel), Leonardo Campos, ao participar do lançamento. Para ele, isso é importante para a criação de soluções voltadas para as necessidades locais, domínio de tecnologia e também para evitar a dependência de soluções externas.

A Inteligência Artificial atua na reprodução de padrões de comportamento semelhantes ao humano por dispositivos e programas computacionais e já é uma realidade nas grandes empresas, com a sua aplicação mais conhecida pela população sendo o ChatGPT. Ele é um aplicativo de processamento de linguagem natural capaz de responder a perguntas sobre os mais variados assuntos, resolver problemas lógicos e fornecer soluções adequadas aos comandos simulando uma conversa ou escrevendo um texto.

Já a Internet das coisas é a conexão entre objetos físicos e dispositivos digitais para troca de dados e programação de funcionamento de equipamentos. Uma aplicação simples e já presente em diversas casas são os dispositivos eletrônicos baseados em nuvem capazes de ligar e desligar diversos equipamentos e interagir com o usuário, respondendo perguntas e a outros comandos, por exemplo.

De acordo com o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Barros Tercius, o avanço da IA e da IoT está ocorrendo rapidamente e tem potencial de gerar de US$ 3 trilhões (R$ 15 trilhões) a US$ 7 trilhões (R$ 34,7 trilhões) em investimentos em todo o mundo nos próximos anos. Os gastos globais em Inteligência Artificial atingiram US$ 154 bilhões (R$ 764,15 bilhões) apenas em 2023, aumento de 26,9% sobre o valor gasto no ano anterior, segundo projeções da consultoria IDC.

Ao abrir o lançamento do AIoTLab, o arcebispo metropolitano de Campinas e grãochanceler da PUC-Campinas, Dom João Inácio Müller, destacou a sua importância baseada no Evangelho, que é ser um mecanismo da universalização do acesso e um meio de desenvolvimento para toda a sociedade. Ele comparou o programa à atuação de Jesus Cristo junto aos 12 apóstolos que foram preparados pelo profeta para serem multiplicadores de suas ações, criando e expandido a atuação da Igreja com o objetivo de “curar os doentes, ressuscitar os mortos e afastar os demônios”.

“Ter uma tecnologia ruim ou que beneficia poucos não adianta”, disse o secretário de Telecomunicações, lembrado que o objetivo do governo federal é a democratização do acesso às novas tecnologias. Ele citou que a meta do ministério é levar internet rápida e sem fio para as 138 mil escolas públicas do país até 2026. Segundo ele, essa é uma tarefa que exige grandes esforços, uma vez que somente 18 mil foram atendidas até agora.

Para a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi, o programa AIoTLab é importante para o PIDS, que é um dos três eixos de desenvolvimento pensados para Campinas em curto e médio prazos. Os outros são o complexo ferroviário no Centro e a região do Aeroporto Internacional de Viracopos. Ela lembrou que a Prefeitura já tem parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCCampinas para implantar um polo de start-ups em uma área de 45 mil m² da antiga Fepasa, que é da União e está em processo de transferência definitiva para a administração municipal.

Ela disse que, em junho, a cidade sediará a primeira edição do Campinas Inovation Week, evento que terá quatro dias voltados à discussão de novas tecnologias, inovação e negócios e que será realizado no Prédio do Relógio, que tem 7 mil m² e faz parte do complexo ferroviário. 

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