PUC-Campinas fecha com Prefeitura para restauração de prédio histórico

A PUC-Campinas e a Prefeitura firmaram parceria para o desenvolvimento de projetos que possam restaurar e recuperar prédios e áreas públicas no Centro, entre eles, parte do projeto que envolve o pátio ferroviário, uma das maiores apostas da gestão do prefeito Dário Saadi (Republicanos) na requalificação da área central da cidade. O acordo foi firmado na terça-feira, no campus I da universidade católica, onde foi apresentado o primeiro projeto, um Centro de Inovação da Prefeitura, feito por professores de arquitetura. A previsão é a de que a construção aconteça em dois galpões do pátio ferroviário, perto da antiga rotunda. O professor Fábio Muzetti explicou que, atualmente, os galpões estão subutilizados. Na visão do arquiteto, o local é adequado para instalação de empresas e startups que trabalhem com inovação.

"O espaço é adequado para startups, para fomentar incubadoras, empresas de inovação, capacitação, educação... (os galpões) estão em uma posição estratégica, bem ali na Vila Industrial. Cabe revitalização. É próximo ao Castro Mendes. E esse canto pouco isolado que poucos observam tem uma conexão, um eixo em linha reta com a rodoviária. Então há qualidades para serem trabalhadas em acessibilidade da população."

Um dos galpões concentraria cerca de 50 salas para empresas e startups, 300 estações de trabalho e espaço para eventos com atenção também à economia criativa. O outro teria cafés, laboratório digital e espaços tecnológicos, um deles de multiverso. Dentro do projeto também está prevista a construção de dois 'boulevards', um deles na própria Avenida Dr. Sales de Oliveira, que teria a sua calçada ampliada para cerca de 11 metros com empreendimentos comerciais.

A apresentação foi feita por meio de fotos, maquetes virtuais, animações e metaverso. Na apresentação, foi ressaltado como a requalificação seria feita, transformando a área daquele espaço com a manutenção e aproveitamento de imóveis históricos, integração das áreas vizinhas com espaços de interação e conexão entre as pessoas, além de ter utilidade para lazer, trabalho e comércio. O pátio ferroviário abriga imóveis tombados como a Estação Cultura e a sede da Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec).

O prefeito Dário Saadi (Republicanos) destacou a importância da integração entre universidade e Prefeitura. "À medida que a universidade sai dos muros e faz parcerias com a Prefeitura, é muito gratificante. Teremos muitas ações conjuntas, importantes para a cidade. Essa discussão de problemas reais é fundamental para a formação e a qualificação dos alunos."

Na mesma linha, Muzetti também destacou que esse é o papel da extensão universitária, compartilhar com a sociedade o que está sendo pesquisado, ensinado e que uma parceria efetiva com o poder público é importante para qualificar o trabalho dos alunos que serão futuros profissionais e a própria cidade.

O arquiteto acrescentou que vê com bons olhos a tentativa de requalificar a região Central da cidade, algo que pode durar bastante tempo.

"Chegou a um ponto que não dava mais para não fazer essa requalificação. Deixaram chegar em um ponto crítico e nisso o prefeito entendeu que se não mudar, a cidade vai ter problemas. Nós vemos hoje no Centro essa falta de interesse político, com imóveis abandonados... virou um grande ponto de ônibus."

O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior, destacou que a universidade foi provocada pela Prefeitura a ter um olhar especial para a área da estação ferroviária e a região do Centro.

"É da intenção da nossa Universidade projetar todos os conhecimentos e pesquisas feitos na Faculdade de Arquitetura e na Pós-Graduação. E esse trabalho apresentado expressa não só o olhar acadêmico, mas a concepção de arquitetura de cuidar do bem público e histórico", finalizou o reitor.