PUC-Campinas ajuda em teste de vacina da Johnson & Johnson

O Hospital e Maternidade Celso Pierro, vinculado à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, integrou os testes da vacina contra a covid-19 produzida pela multinacional Johnson & Johnson. Cerca de 400 voluntários participaram das atividades de avaliação do imunizante. Segundo a empresa divulgou ontem, a vacina alcançou uma eficácia global de 66%.

Já os testes com quase 44 mil voluntários, o nível de proteção contra casos graves e moderados de covid-19 foi de 66% na América Latina e de 57% na África do Sul, onde uma variante particularmente preocupante do coronavírus está circulando. O imunizante da Johnson & Johnson foi um dos quatro que receberam autorização para testes de fase 3 (a última) no Brasil. Os resultados ainda não foram publicados em revista científica.

O médico Danilo Villagelin, diretor do Centro de Pesquisa do Hospital PUC-Campinas, coordenou os testes realizados em Campinas. Ele manifestou gratidão aos voluntários e aos mais de seis mil inscritos que se dispuseram a participar da pesquisa. "Temos uma imensa satisfação de ter participado desse teste que irá beneficiar a população e irá diminuir o sofrimento de milhares de pessoas", declarou.

A vacina da Johnson & Johnson oferece vantagens sobre as similares, segundo Villagelin. Uma das mais importantes é que ela pode ser aplicada uma única vez, não precisando de uma segunda dose de reforço. Outro atributo é que o imunizante pode ser guardadas em temperaturas normais de geladeira, em não em supercongeladores - caso da vacina da Pfizer -, facilitando muito a distribuição e armazenagem, principalmente no Brasil.

A terceira grande vantagem é que o imunizante foi estudado no Brasil. Isso acelerou as etapas de aprovação, pois uma das exigências para uso emergencial, de acordo com as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é que a vacina tenha passado pela fase 3 aqui no País. Por isso, a Johnson & Johnson já pode entrar com o pedido de uso emergencial junto ao órgão regulador.

Dos 400 voluntários que participaram dos testes em Campinas, um terço tinha mais de 60 anos. A vacina foi testada em outros vinte centros de pesquisas do Brasil, atingindo um total de 7.500 voluntários. Os testes foram realizados ente o final de novembro e 9 de dezembro do ano passado. 

Mortes

Campinas confirmou mais seis mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 1.638 óbitos. A cidade contabiliza 60.775 casos da doença - 384 a mais que anteontem -, segundo informação divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde. Entre as mortes confirmadas estão quatro homens e duas mulheres, sendo que cinco das vítimas tinham doenças preexistentes. Cinco vítimas eram maiores de 60 anos (duas tinham 79 e as outras 63, 65 e 76) e uma tinha 59 anos.

A cidade contava ontem com 239 leitos de UTI exclusivos para pacientes com covid-19 nas redes pública e particular. Deste total, 197 estão ocupados, o que corresponde a 82,43%. Há 42 leitos livres somando as redes pública e particular.