SÁBADO NO PARQUE

Público celebra reabertura da Lagoa após 2 meses de espera

Comerciantes também comemoraram a retomada do movimento no local

Luis Eduardo de Sousa/ luis.reis@rac.com.br
26/03/2023 às 10:42.
Atualizado em 26/03/2023 às 10:42

Um dos brinquedos mais procurados pelo público na manhã quente de sábado foi o pedalinho (Alessandro Torres)

O primeiro dia de reabertura do Parque Portugal, popularmente conhecido pelos campineiros como Lagoa do Taquaral, marcou o reencontro, no sábado (25), de gerações que tiram do espaço o sustento financeiro e emocional. Frequentadores e comerciantes enfrentaram dois longos meses de espera, transitando entre a expectativa para a reabertura e a indecisão sobre o retorno.

Logo pela manhã do sábado, a movimentação no parque era grande e os estacionamentos das entradas 1 - a principal - e 2 já não tinham mais vagas. Dentro, famílias com crianças e animais de estimação coloriam o cenário, que perdeu força com o espaço fechado. O cenário, segundo os próprios usuários, mudou levemente de perfil por causa das alterações que ocorreram nas últimas semanas. "Ali era sombra, gostoso, agora é sol, árvore pela metade", comentou a professora Michele Sauan, de 38 anos, que passeava com o marido, o engenheiro Gustavo Costa, de 37 anos, e o cachorrinho Apolo. Apesar da queixa pontual, a família toda celebrou a reabertura do espaço de lazer.

A arborização do parque ficou menor porque 180 árvores foram removidas pela Prefeitura. A medida foi apontada pela Administração como necessária para evitar acidentes como o que fechou a área verde no fim de janeiro, quando uma criança de sete anos morreu após ser atingida por um eucalipto.

O músico Leo Passagnolo, de apenas 22 anos, dedilhava os acordes que compunham a trilha sonora da manhã na lagoa. Durante o fechamento ele perdeu metade da renda mensal. "Eu sou músico praticamente 'full time'. Dou aula em uma escola de música durante a semana e aos finais de semana isso aqui é meu complemento de renda. Janeiro já é um mês difícil por causa das festas. Aí a gente emenda fevereiro e março. Por causa do fechamento, deixei de estar aqui por quatro finais de semana", lamentou.

Renda é um fator importante, mas o Taquaral é também para o jovem músico inspiração e motivação. "Estar aqui é maravilhoso. Você vê esse sol, esse parque gostoso, o ar puro. Tudo isso combina com a magia da música que conecta as pessoas comigo. Sou extremamente privilegiado e grato por esse espaço", concluiu, com ares de inspiração, enquanto recebia, simultaneamente, uma nota de R$ 2 e um elogio pela última música executada.

O comerciante Lindomar Batista, de 63 anos, atua no Taquaral por dois anos a mais que Passagnolo tem de idade. Ele trabalha em um quiosque que vende coco e afirmou não lembrar ter vivido um momento tão triste com o fechamento do parque, com exceção do primeiro ano de pandemia. "Além de melhorar as vendas, porque tem mais gente passando, essa retomada dá uma animada maior. Tava com saudade de ver esse povo", disse sorrindo, enquanto abria mais um coco para um cliente.

Quem também comemorou o retorno das atividades na Lagoa foi o flanelinha João Carlos Deodato, que atua no estacionamento da entrada principal há três décadas. "Eu não digo que trabalho aqui, eu digo que vivo disso. A renda vem toda daqui. Durante o fechamento, tive que levantar às 4h para pegar reciclagem. Só passava coisa ruim pela cabeça, tristeza", admitiu, reafirmando, com um sorriso, sua alegria por voltar a trabalhar no local.

Apesar da reabertura, parte da trilha do entorno da lagoa do parque segue interditada por causa da poda realizada pela Administração. Os visitantes podem caminhar pela área principal, em frente ao portão 1, ou usar as outras entradas para acessar as demais áreas. O Parque Portugal funciona todos os dias, das 5h às 22h. 

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