DISCUSSÃO

PT retoma julgamento de 13 filiados "infiéis"

Após pancadaria no sábado, partido se reúne hoje ainda em clima de guerra

Milene Moreto
19/02/2013 às 08:21.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:01
O presidente do PT de Campinas, Ari Fernandes: apuração e BO  (Cedoc/RAC)

O presidente do PT de Campinas, Ari Fernandes: apuração e BO (Cedoc/RAC)

Em clima de guerra, o PT de Campinas retoma hoje a definição do futuro de 13 filiados infiéis que contrariaram as diretrizes da legenda e integram atualmente o governo do prefeito Jonas Donizette (PSB). Na reunião do diretório realizada no último sábado, uma pancadaria entre os que acompanhavam a análise dos processos e os que eram contrários à expulsão fez com que a direção da legenda adiasse o julgamento. Para evitar novos conflitos, o presidente da sigla, Ari Fernandes, determinou que o encontro, desta vez, seja restrito a membros da executiva e acusados.

O partido também deve registrar hoje um boletim de ocorrência (BO) sobre o tumulto ocorrido na última reunião. “Nesse momento, estamos ouvindo alguns filiados e analisando fotos. Pelo menos duas pessoas envolvidas na confusão nós já sabemos que não são do partido. Queremos detalhar o máximo de informações no BO que, futuramente, poderá servir de base para ações judiciais”, disse Fernandes.

Os petistas decidiram logo após a eleição de Jonas que seriam oposição ao atual governo. Porém, assim que o peessebista assumiu o comando do Palácio dos Jequitibás, integrantes do PT foram chamados para ocupar cargos estratégicos e aceitaram as vagas. Um dos que terão seu processo analisado hoje é o atual secretário municipal de Trabalho e Renda, Jaírson Canário (PT). Ele deixou seu posto de vereador para integrar a nova administração no mês passado.

Nos bastidores, o comentário é de que pessoas ligadas a Canário teriam iniciado o tumulto na última reunião do diretório. Em nota, o secretário informa que “em momento algum participou de qualquer ato contrário à sua conduta ética e cristã” e que repudia “qualquer tentativa de associar sua imagem aos atos de violência ocorridos durante o tumulto generalizado”.

Uma das alas petistas em Campinas divulgou ontem uma nota oficial em que repudia qualquer tentativa de responsabilizar individualmente ou coletivamente os militantes do PT sobre a pancadaria do último sábado. A nota oficial é assinada por vários filiados, entre eles o deputado estadual Gerson Bittencourt e o vereador Carlinhos Camelô.

Dividido

Os dissidentes petistas têm se movimentado nas últimas semanas na tentativa de derrubar uma possível expulsão do diretório local nas esferas superiores do PT. Mas as articulações não estão surtindo efeito. O próprio prefeito tem articulado na defesa dos petistas de sua administração e também para se aproximar dos caciques da legenda nas esferas estadual e federal. O Correio apurou que Jonas teria feito contato com o presidente nacional do PT, o deputado federal Rui Falcão, para tentar um encontro político. A assessoria do deputado não confirmou nenhum encontro entre os dois. A postura na esfera nacional é de que o PT de Campinas tem autonomia para julgar seus processos.

Estadual

Os 11 processos de petistas infiéis que estavam na pauta para análise da Executiva Estadual do partido também foram adiados. Segundo Fernandes, esses processos são de filiados ao PT que integraram o governo do ex-prefeito Pedro Serafim (PDT), o que também contrariou as orientações do PT local. Segundo Fernandes, o parecer para esses casos era de suspensão, e não expulsão. Porém, depois do ocorrido no último sábado em Campinas, as penas poderão ser mais rigorosas. A reunião do PT ocorre hoje, às 19h, na sede do partido, na Rua Barão de Jaguara.

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