EXPULSOS

PT dá prazo para 'infiéis' deixarem a Prefeitura

Executiva estadual deu 20 dias para que filiados decidam se ficam no partido ou com Jonas

Milene Moreto
24/04/2013 às 08:54.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:00
O petista Jaírson Canário, que assumiu a Secretaria de Trabalho e Renda no governo Jonas, tem 20 dias para decidir seu futuro no partido (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN )

O petista Jaírson Canário, que assumiu a Secretaria de Trabalho e Renda no governo Jonas, tem 20 dias para decidir seu futuro no partido (Rodrigo Zanotto/Especial para AAN )

Os 13 petistas “infiéis” expulsos do diretório de Campinas sofreram ontem uma derrota na Executiva estadual. Os dirigentes da instância superior do partido analisaram o recurso dos expulsos e mantiveram a decisão do comando local de desfiliar os que desobedeceram à decisão que os proibia de aceitar cargos no governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) em razão do partido ter se posicionado como oposição. Apesar da decisão, os expulsos ganharam uma sobrevida de 20 dias, período em que devem avaliar se querem ou não ficar na legenda. Se optarem por continuar na militância no PT, terão de deixar seus cargos. Entre os expulsos está o secretário de Trabalho e Renda, Jaírson Canário.

Em sua página no Facebook, o presidente estadual do PT, o deputado Edinho Silva, disse que a Executiva aprovou a resolução que reafirma o papel de oposição do partido em Campinas e concede 20 dias para os filiados deixarem seus cargos. “Quem ficar em cargos de livre nomeação responderá ao Diretório estadual do PT”, afirmou.

O PT de Campinas decidiu ter uma posição mais firme em relação ao atual governo pautado por uma “renovação” da legenda e a elevação de nomes que possam conduzir os petistas de volta ao Palácio dos Jequitibás. Por essa razão, a declaração de oposição ao atual governo foi definida ao fim do processo eleitoral do ano passado, após uma expressiva votação do candidato petista, o economista Marcio Pochmann.

Canário, eleito vereador, deixou sua função na Câmara para se juntar ao primeiro escalão do governo Jonas. A nomeação do parlamentar também foi uma tentativa da Administração de se aproximar dos petistas e era apoiada pelo deputado estadual Gerson Bittencourt e pelo ex-secretário de Trabalho e Renda Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho do PT, no governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos.

O presidente do PT de Campinas, Ari Fernandes, afirmou que se os expulsos decidirem por pedir exoneração nesse prazo de 20 dias, a legenda exigirá uma prestação de contas e terá uma “conversa política” sobre a atuação dos “infiéis” no governo de Jonas. A medida, afirma Fernandes, é uma forma de superar o desgaste que a situação causou ao partido. “Vamos fazer um debate das políticas públicas. Precisamos passar isso a limpo, eles (expulsos) têm um débito com o partido. Até para evitar que outros petistas aceitem nomeações”, disse. Segundo ele, a legenda quer saber qual foi a contribuição deles na Prefeitura, considerando que muitos estão lotados em secretarias problemáticas, como Saúde e Habitação.

O expulsos têm ainda o direito de recorrer na esfera federal e tentar reverter a decisão. No entanto, em entrevista ao Correio no mês passado, quando esteve em Campinas, o presidente do PT nacional, Rui Falcão, já havia sinalizado que não era a favor da permanência dos petistas no governo Jonas.

O Correio tentou contato com Canário ontem à noite, porém o secretário de Trabalho estava em Brasília e não comentou a decisão.

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