Prontos-socorros passam por reformas estruturais nos prédios, previstas para durar cerca de um ano
Durante anúncio das melhorias e de novo concurso para médicos, Jonas apresenta equipamento de última geração já em uso na rede pública (Matheus Pereira/Especial para AAN)
Os pacientes que costumam utilizar o Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas, precisarão contar com uma dose extra de paciência a partir da semana que vem. Isso porque o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), anunciou ontem o início de reformas na estrutura nas unidades dos prontos-socorros Infantil e Adulto. As melhorias começam na próxima segunda-feira e terão duração de doze meses. Apesar de importante, as intervenções afetarão o atendimento que é feito para a população, já que durante o período de obras, as unidades não serão fechadas e todos os atendimentos médicos ocorrerão simultaneamente com o andamento das reformas. A reforma dos dois prontos-socorros tem como objetivo modernizar a estrutura do complexo hospitalar, como banheiros, paredes e parte elétrica, por exemplo. Jonas admitiu que o correto seria, de fato, fechar o complexo hospitalar para realização das obras, mas que se isso fosse feito, ocorreria uma grande sobrecarga de pacientes nos demais centros de saúde, no tradicional ‘efeito-dominó’. “O ideal é fechar. Agora, isso dá para fazer quando você tem escolhas. Hoje, se eu fecho o pronto socorro do Hospital Ouro Verde vai sobrecarregar muito os outros centros de saúde. Eu quero pedir a compreensão e a paciência da população, porque eu garanto que em um ano estarei aqui entregando essa obra pronta”, prometeu o prefeito. De acordo com o secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza, as obras no Ouro Verde, apesar de necessárias, causarão um grande transtorno à população. O médico explica que as melhorias serão feitas em duas etapas: a primeira no pronto socorro infantil e a segundo na de adultos. “Nós não poderemos fechar o pronto socorro e, por isso, vamos precisar fazer a reforma por meio de um sistema de modulação. Ou seja, fecharemos uma parte da área, reformamos e quando ela estiver pronta, abriremos. Temos a consciência de que essa obra vai gerar um grande desconforto para a população”, ressaltou. Ao todo, as reformas na unidade custarão R$ 3,4 milhões. Serão R$ 3 milhões custeados pela Receita Federal e mais R$ 400 mil pelos cofres da Prefeitura. Além disso, outros R$ 662 mil de verba federal serão usados para a compra de equipamentos, sendo R$ 66 mil válido pela contrapartida do Governo Municipal. “Esse pronto-socorro é muito antigo. As instalações são precárias e as pessoas não ficam bem acomodadas. Então (com a reforma), nós teremos agora um espaço melhor. Vamos mexer nos banheiros e vamos fazer toda uma parte de receptividade para que as pessoas possam ter uma ambiência mais humanizada”, disse Jonas. Questionado sobre a importância da obra, diante da demanda de contratação de médicos e funcionários, o prefeito informou que a Administração abrirá concursos públicos para contratar mais médicos em novembro. Atualmente o município conta com 9 mil profissionais, sendo 3 mil contratados na gestão do prefeito Jonas. “O índice de médico público por habitante de Campinas é maior do que de Porto Alegre e do que de Coritiba. Ou seja, nós temos um número razoável de profissionais na saúde. Existem lugares que pontualmente há falta de médicos? Existe, mas eu já pedi para o secretário (Saúde) elaborar mais um concurso público para contratar mais médicos”, revelou. O chefe do Executivo lembrou ainda que a lei não permite que o município ultrapasse o limite da folha de pagamento. Rede Mário Gatti O Ministério Público Estadual (MPE) notificou ontem a Rede Mário Gatti, determinando que a gestora do Ouro Verde solucione imediatamente os problemas das escalas insuficientes no setor de pediatria. A decisão foi tomada após o Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed) denunciar o problema junto ao Ministério Público, em agosto deste ano.