ATO ANTIGOVERNO

PSDB diz que irá para as ruas contra 'descalabro'

Tucanos engrossam críticas a Dilma e pedem "festa democrática" nas manifestações contra o governo da presidente que prometem movimentar o País neste domingo (15): o 'Dia D'

Janaína Ribeiro/ Especial para AAN
turismo@rac.com.br
15/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:56

O deputado federal Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara, no encontro nacional do partido neste sábado (14), em Campinas (Camila Moreira/ AAN)

Na véspera das manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que prometem movimentar o País, líderes locais e nacionais do PSDB se reuniram neste sábado (14) na Câmara de Campinas em um congresso político para discutir o papel do partido na oposição.   A crise do governo Dilma e o posicionamento da oposição nas manifestações de hoje também foram debatidos. Entre os presentes estavam vereadores, dirigentes locais, o senador Aloysio Nunes Ferreira e o deputado campineiro Carlos Sampaio, líder tucano na Câmara Federal. Aloysio falou por quase uma hora. Logo no início, o senador disse ter dificuldades para discursar a respeito do tema proposto para o encontro “O País que queremos”, visto não ter qualquer perspectiva no atual governo. “Acho que já posso encerrar o tema antes mesmo de começar, não vejo perspectiva alguma.” O senador, candidato a vice de Aécio Neves nas eleições do ano passado, disse não ter respostas sobre o que vai acontecer após as manifestações, mas afirmou que será “muito bonito” ver a grande quantidade de brasileiros nas ruas insatisfeitos com o governo, pedindo justiça, clareza e clamando pelo fim da corrupção.   “Amanhã (hoje) será uma grande festa democrática, será uma manifestação maciça de afirmação da cidadania. Os cidadãos irão às ruas em busca de uma limpeza no Brasil, livre de partidarismo. Eu e meu partido iremos participar, evidentemente. Esta é a posição da direção nacional do partido e nossos militantes irão para as ruas com todos os demais brasileiros”, disse. Sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senador diz que não é contra, mas que ele não seria viável neste momento por questões políticas. “É previsto na Constituição, mas depende de uma ação criminosa comprovada com razões jurídicas, sendo necessário dois terços de votos favoráveis da Câmara dos Deputados e, depois de julgado pelo Senado, mais dois terços de aprovação. Por isso é complicado na prática.”   Ainda segundo ele, o impeachment não é o objetivo imediato do PSDB, mas é imprescindível fiscalizar o governo e exigir as apurações sobre escândalos na Petrobras. “O impeachment pode acontecer, mas não como um golpe de Estado”, afirmou.   Para o deputado federal Carlos Sampaio, por outro lado, o impeachment é “evidente, faltando apenas um detalhe para a confirmação”. Ele ainda discorda do posicionamento de Aloysio, que na semana passada disse que se deve deixar o atual governo “sangrar”. Sampaio é mais categórico ao dizer que o PSDB não deve ter receio por usar esta palavra.   “Não concordo que este não seja o momento para um impeachment e sou contrário à tese de que esta seja a hora de deixá-la (Dilma) sangrar.” O deputado confirmou presença na manifestação de hoje em Campinas e em São Paulo. “O PSDB se associa, se une à indignação nacional, contra este descalabro político, econômico e ético do atual governo. Estaremos ao lado da sociedade e contra este governo corrupto, gastador e perdulário”, disse o deputado.   Alguns militantes tucanos questionaram a validade das urnas eletrônicas — se uma fraude não seria o real motivo da derrota para Dilma Rousseff no ano passado. O deputado Carlos Sampaio diz que pediu uma auditoria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que não foi possível conseguir elementos suficientes que comprovassem uma fraude. Para o senador Aloysio Nunes Ferreira, o que fez o PSDB perder as eleições foi mesmo a falta de votos. Mea culpaSobre a crise econômica e a Operação Lava Jato, Aloysio considera que faltou fiscalização por parte do próprio PSDB e que, apesar de ser um grande partido, ainda não é estruturado nacionalmente. Ele também disse que teme por uma conjunção de crises graves nos próximos quatro anos. “O PT perdeu o apoio popular, a Lava Jato atingiu 12 senadores, mais inquéritos serão abertos, fora os que já estão em andamento. É a verdadeira crise política na democracia.”

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por