Em visita ao Correio Popular, Felicio Ramuth informou que as cúpulas das duas legendas estão mantendo conversações
Pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo pelo PSD, Felicio Ramuth, foi prefeito de São José dos Campos durante dois mandatos (Gustavo Tilio)
O PSD e o PDT podem estar próximos de um alinhamento político para a formação de uma chapa única para a disputa da cadeira principal do Palácio dos Bandeirantes nas eleições de outubro deste ano. A informação é do pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo pelo PSD, Felicio Ramuth, que esteve na quinta-feira (26) em visita ao Correio Popular e confirmou que seu partido está em conversações com o PDT, de Elvis Cezar, também pré-candidato a governador.
"Posso dizer que isso é fato. Existe essa conversa entre os dois partidos, para que possamos unir as candidaturas", disse Felicio Ramuth, que foi prefeito da cidade de São José dos Campos.
Ele defende, no entanto, que o PSD seja cabeça de chapa, por entender que a legenda tem maior presença no Estado de São Paulo. "Há possibilidade de agregar o PDT no nosso programa, obviamente, naquilo que o PDT defende hoje com o seu pré-candidato Elvis Cezar. Pela experiência dele como prefeito de Santana do Parnaíba e a minha, e algumas realidades que nós vivenciamos em comum, pois a gente tem muitas afinidades, podemos avançar na construção de um plano comum que pense o Estado de uma maneira moderna e eficiente", disse.
O pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD, Felicio Ramuth, 53 anos, é formado em Administração de Empresas. Conhecido como gestor moderno, antes da vida pública atuou na iniciativa privada. Ramuth passou por várias Secretarias Municipais até assumir a chefia do Executivo em São José dos Campos, cargo que ocupou por dois mandatos.
Eleito em primeiro turno em 2016, Ramuth conta que teve a maior votação da história de São José dos Campos. Em sua reeleição, em 2020, venceu com quase 60% dos votos. "Ao deixar o governo municipal, minha gestão foi avaliada com 82% de ótimo ou bom", disse.
Apesar dos 28 anos no ninho tucano, partido do qual se desfiliou recentemente para a disputa do Governo do Estado, Ramuth foi crítico do ex-governador João Doria (PSDB). "Não fui eu que saí do PSDB, foi o PSDB que saiu de mim", afirma.
Em visita às cidades da região de Campinas e pelo Estado, Ramuth disse ter observado de perto as lacunas deixadas pelo atual governo. "O aspecto da segurança foi muito deixado de lado. Faltaram investimentos e atenção. O mesmo aconteceu na área da saúde. Em nosso programa de governo, estamos montando propostas concretas para resolver aquilo que foi deixado de lado nos últimos anos", disse.
Entre as divergências com o ex- governador João Doria, ele destaca o período da pandemia, em que Ramuth defendeu a autonomia dos municípios nas decisões de fechamento e abertura das cidades. "Nós tivemos divergências sobre a questão das restrições que foram impostas durante a pandemia. Não foi pelo lado do negacionismo, mas eu fui um dos prefeitos que defenderam a autonomia dos municípios para tomar decisões baseadas na realidade local, para amenizar os impactos sociais e econômicos", disse.
Durante as prévias tucanas para a escolha do pré-candidato à presidência, Ramuth confirmou que votou no governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por achar que tinha mais chances do que Doria.
Segundo ele, sua campanha ao Governo do Estado será pautada pelo diálogo com o eleitor. "As eleições para governador estão bem abertas. Queremos dialogar com o eleitor", disse.
Seu programa de governo é pautado em quatro eixos. O primeiro é o da inovação, onde se pretende tratar de velhos problemas a partir de novas soluções. O segundo é o de compartilhar recursos, através do compartilhamento das estruturas já existentes no Estado e nos municípios visando uma melhor prestação de serviço ao cidadão. O terceiro eixo é o da desburocratização. A ideia, segundo ele, é simplificar o Estado, tornando o dia a dia do cidadão e das empresas mais simples. E por último, promover uma gestão aberta. "Queremos oferecer uma gestão próxima ao cidadão para escutar o que ele precisa e estabelecer uma transparência na prestação de contas. Uma gestão com transparência evita a corrupção. Então, eu defendo que o governo seja o mais transparente possível", disse.