Segundo a pesquisa Ibope divulgada esta semana, cerca de seis em cada dez (59%) entrevistados afirmam que não conhecem Márcio França, enquanto 23% o conhecem só de ouvir falar e 16% o conhecem bem ou mais ou menos
Márcio França, durante a sua posse, no último dia 6 de abril, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Divulgação/Comunicação do governo de SP)
Os 3% de intenção de votos que o governador Márcio França (PSB) tem, caso a eleição para o governo do Estado fosse hoje, não preocupam o partido em Campinas. O presidente municipal da legenda, Wanderley de Almeida, acredita que há muito espaço para crescer porque boa parte do eleitor não o conhece. Segundo a pesquisa Ibope divulgada esta semana, cerca de seis em cada dez (59%) entrevistados afirmam que não conhecem Márcio França, enquanto 23% o conhecem só de ouvir falar e 16% o conhecem bem ou mais ou menos. “Ele assumiu o governo do Estado há apenas 20 dias e é apenas uma questão de tempo para se tornar mais conhecido da população”, disse Almeida. “Se a gente analisar que o João Doria (PSDB), que foi eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno, aparece com 24% das intenções de voto para o governo do Estado, na pesquisa Ibope, e o Paulo Skaf (MDB), que disputou duas vezes uma eleição para o governo, tem 19%, então o Márcio França, que pouca gente conhece, está muito bem”, afirmou. O presidente do PSB de Campinas acredita que nos meses que antecedem a campanha eleitoral já darão espaço para que o governador consiga melhorar sua posição na intenção de votos. Na campanha de rádio e TV, o governador terá também boa vantagem sobre os demais candidatos nas propagandas, por conta das alianças. Apoio do PTB Ele já havia fechado apoio de 12 partidos e ontem ganhou mais um, com a adesão do PTB, que decidiu apoiar integralmente o governador na busca pela reeleição, em outubro. A aliança foi anunciada há duas semanas, mas ontem, um encontro reuniu os mais de 70 prefeitos, cerca de 100 vice-prefeitos, 600 vereadores e suas principais lideranças, todos do PTB, para selar o apoio ao governador Márcio França na sede do Sindicato dos Engenheiros do Estado. Campos Machado, presidente do PTB paulista e secretário-geral nacional da legenda, disse que o apoio do seu partido é decisivo pela vitória nas próximas eleições. “Somos o partido que mais cresceu nas eleições municipais e temos uma estrutura partidária moderna e atuante, com mais de 20 departamentos contemplando todos os setores da sociedade”, afirmou. Ibope A última pesquisa Ibope mostra, segundo aliados, uma vantagem de Márcio França em relação aos candidatos que estão à frente na intenção de voto, que é a taxa de rejeição. Cerca de um terço dos entrevistados declara que não votaria de jeito nenhum em João Doria (33%) ou em Paulo Skaf (32%). Alexandre Zeitune (Rede) é citado por 25%, Professora Lisete Arelaro (PSOL) e Rogério Chequer (Partido Novo) por 23% dos entrevistados, cada um. Um quinto dos entrevistados menciona que não votaria de jeito nenhum em Luiz Marinho (PT), enquanto Márcio França é citado por 17% do eleitorado paulista. História A vida política de Márcio França começou em São Vicente, no Litoral, quando foi eleito — e depois reeleito — vereador pelo PSB, partido do qual é filiado há mais de 30 anos. Em 1996 foi eleito prefeito, reeleito em 2000 com 93,1% dos votos válidos e em 2004 elegeu o sucessor com 84% dos votos. Em 2007 foi eleito deputado federal e em 2014 foi reeleito. Depois, foi convidado pelo ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin para a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Na última eleição foi o vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), eleita com 12,2 milhões de votos. Além de vice, ele também assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. De líder estudantil a governador do Estado Advogado, professor, vereador, prefeito, deputado federal, secretário de Estado, vice-governador e agora governador do Estado de São Paulo. Márcio França nasceu em Santos a 23 de junho de 1963. Ele é casado há 36 anos com a educadora Lúcia, com quem teve dois filhos: a pedagoga Helena e o advogado e deputado estadual Caio França. É avô de Enzo e Laura. Começou sua carreira política como líder estudantil na Faculdade de Direito de Santos. É filiado no PSB há 30 anos, seu único partido. Foi presidente do PSB no Estado de São Paulo e secretário nacional do partido. Depois de atuar como servidor do Poder Judiciário e na advocacia, se elegeu vereador por dois mandatos em São Vicente (1989-1996). Em 1997 foi eleito prefeito — em 2000 foi reeleito, com 93,1% dos votos válidos. Em 2004 elegeu o sucessor com 84% dos votos. Foi eleito e reeleito deputado federal (2007 a 2014). Coordenou duas campanhas para a Presidência da República, sendo que, na última, sofreu o impacto da perda do seu amigo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, num trágico acidente aéreo em Santos. Foi depois convidado pelo ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) a criar e assumir a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Foi depois convidado por Alckmin para ser o vice na sua chapa de reeleição. Ambos foram eleitos no primeiro turno, com 12,2 milhões de votos. O tucano também designou França para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, responsável pelas universidades USP, Unicamp, Unesp, Famema, Famerp, Centro Paula Souza e o maior centro de fomento à pesquisa do País, a Fapesp, que, juntas, abrigam mais de 450 mil alunos.