simbólico

Protesto 'rebatiza' Largo do Rosário

Cerca de 600 pessoas, a grande maioria mulheres, batizaram simbolicamente o Largo do Rosário com o nome "Praça Largo do Rosário Marielle Franco"

Renato Piovesan
15/03/2019 às 07:47.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:41

Cerca de 600 pessoas, a grande maioria mulheres, batizaram simbolicamente o Largo do Rosário com o nome "Praça Largo do Rosário Marielle Franco" no final da tarde de ontem. Dois adesivos com o "novo nome" foram colados por cima de placas da praça que originalmente tem o nome de Visconde de Indaiatuba, durante ato em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, realizado justamente no dia em que o assassinato de ambos completou um ano. Manifestações semelhantes já haviam sido realizadas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre desde a morte dos dois, e voltaram a se repetir durante todo o dia de ontem em todas as capitais brasileiras. O ato em Campinas contou com passeata por ruas da região central, carro de som, ações inter-religiosas e apresentações artísticas de grupos femininos. Nesta semana, as investigações do crime avançaram, com a prisão do policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Vieira de Queiros — executor dos tiros e motorista do carro que perseguiu a parlamentar, respectivamente. No entanto, manifestantes cobraram respostas que ainda não foram dadas sobre o caso, como: "Quem mandou matar Marielle?". "Tivemos diversas reportagens sobre as duas pessoas que foram presas, acusadas de terem executado ela. Mas para a gente essa não é a questão de fundo, queremos saber quem mandou matar a Marielle, e não só quem puxou o gatilho", disse a advogada Raquel Teixeira, de 29 anos. Presidente do PSOL em Campinas, o mesmo partido de Marielle, a professora de sociologia Marcela Moreira, de 38 anos, afirmou que a intenção do ato foi chamar a atenção das autoridades para a gravidade do crime ocorrido e para pleitear uma homenagem ainda maior à Marielle. "Hoje (ontem) viemos simbolicamente, mas estamos conversando com vereadores para que alguma rua de Campinas pelo menos ganhe o nome da Marielle", destacou. Os vereadores Mariana Conti (PSOL), Gustavo Petta (PC do B), Pedro Tourinho (PT) e Carlão do PT prestigiaram a homenagem a Marielle e Anderson no Largo do Rosário. "A Marielle representava as mulheres, as negras, os gays. Por isso que vários coletivos se uniram aqui", comentou a professora Amanda Menconi, de 29 anos. QUEM ERA Marielle Franco foi eleita vereadora da Câmara do Rio de Janeiro em 2016, com 46.502 votos. Negra, e com origem da favela da Maré, tinha a defesa pelas mulheres como uma de suas principais bandeiras. Era formada pela PUC-Rio e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ela foi assassinada no dia 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde estava. O veículo foi atingido por 13 tiros, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes.

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