Protesto já causou o cancelamento de 31 cirurgias

Com a decisão dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti de não fazer mais horas extras em protesto contra a falta de funcionários, chegou a 31 o número de cirurgias eletivas canceladas entre segunda-feira e ontem. Somente nesta quinta-feira (7) foram suspensos 14 procedimentos. Além das operações canceladas, a atitude resulta em uma sobrecarga nos setores e demora de mais de duas no atendimento, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Campinas. A Administração também informou que está tomando todas as providências para que a situação seja resolvida o mais rápido possível. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Campinas, o déficit estimado é de 200 trabalhadores na área da enfermagem. Apesar da suspensão das cirurgias, a direção do Mário Gatti informou que todos os casos estão sendo atendidos e as situações de urgência e emergência são priorizadas pelas equipes. Segundo o sindicato, a situação é crítica e vem se arrastando há anos. Além das seis horas diárias, os funcionários realizam outras quatro ou até dobram o plantão para garantir a assistência aos pacientes. A estimativa apresentada pelo sindicato é de que são gastos R$ 500 mil com a folha de pagamento de horas extras dos funcionários do Mário Gatti e que cerca de 40% do atendimento do hospital é feito com base nas horas extras dos funcionários. A suspensão da realização de horas extras, segundo o sindicato, afetou todos os setores. Uma reunião deve ocorrer hoje às 12h no próprio hospital para decidir se o movimento dos profissionais da enfermagem continua. A Secretaria de Saúde de Campinas informou que desde o início da Administração foram contratados 700 profissionais de Saúde. Há também um concurso público, que foi realizado, para a reposição dos profissionais de enfermagem. Um levantamento para saber o número exato do déficit de funcionários está sendo feito pelo hospital.