INSATISFAÇÃO GERAL

Protesto em Campinas reúne 70 pessoas em posto de saúde no San Martin

População se queixa da falta de médicos; Prefeitura nega alegações

Da Redação
22/03/2023 às 08:50.
Atualizado em 22/03/2023 às 08:50

População se queixa da falta de médicos (Divulgação)

Uma manifestação pacífica reuniu na manhã de terça-feira (21) cerca de 70 pessoas em frente ao Centro de Saúde Cássio Raposo do Amaral, no CDHU Edivaldo Orsi, no bairro San Martin. Os usuários do CS e membros do Conselho de Saúde se reuniram no local por volta das 7h e reclamaram da falta de profissionais na unidade - o que prejudica as condições de atendimento à população. Segundo os usuários, faltam pediatras, ginecologistas e a estrutura do local não é a mais adequada.

"As salas estão com infiltrações. A qualquer momento o nosso CS pode desmoronar. E a gente está vendo esse atendimento precário há muitos anos. A nossa população não aguenta mais viver dessa forma. Agora parece que o problema da farmácia foi resolvido, porém alguns meses atrás nós tivemos que pagar ônibus e ir para um bairro próximo para pegar medicamentos. Muitos usuários daqui são hipertensos, diabéticos e não têm condição de pagar a passagem do ônibus ou ir a pé para um bairro próximo", contou Maria Joana Pereira, que revelou ter se prontificado para buscar remédios para os moradores em algumas ocasiões.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Paulo Mariante, ressaltou que a Saúde não pode ser um privilégio e que os moradores estão protestando por um direito garantido constitucionalmente.

"Estamos falando de direito à Saúde. Ele só é garantido quando a gente pode ter acesso ao CS com médico, farmacêutico, sem precisar tirar dinheiro do bolso. Não pode depender da condição econômica da pessoa. Quando é assim, não é direito. É privilégio. As pessoas que estão nessa manifestação pacífica estão defendendo algo que está na Constituição, o direito à Saúde. Nada mais do que isso."

Ele também reclamou da falta de concursos públicos. Para ele, falta planejamento, pois é possível antever problemas como licenças e afastamentos de profissionais, que são direitos dos servidores.

"Falta de médico, médica, de trabalhadores da enfermagem e farmácia, não é um acaso do destino. Quando uma Secretaria de Saúde fica anos sem fazer concurso o resultado é esse. Quem não sabe que funcionária pode um dia ficar grávida? Se uma funcionária de farmácia ficar grávida, a outra está com algum tipo de afastamento, vai fechar a farmácia? Isso é planejamento, gestão? Isso é destruição. A gente paga imposto em uma das cidades mais ricas do país. Era para ter falta de funcionário? Farmácia fechada?", discursou no protesto o presidente do CMS.

"Queremos uma atenção para a nossa população, para o nosso CS, porque estamos cansados e precisamos de médicos para atender aos usuários do CS Cássio Raposo do Amaral. É apenas o que queremos. Atenção especial para a população, porque nós merecemos, pagamos impostos e não estamos pedindo nada mais do que atendimento médico", pediu a usuária do CS Cássio Raposo do Amaral e também conselheira local de saúde, Vanir Teixeira.

Reforço na equipe

Em nota, a Prefeitura de Campinas negou as alegações de que faltam funcionários no Centro de Saúde e prometeu que reforçará a equipe com mais dois médicos que foram convocados de concurso e devem assumir nos próximos dias, além de um técnico de enfermagem e um de farmácia.

A Prefeitura também informou que foi feita uma reforma na unidade entre os dias 11 e 13 de março. Segundo a Administração, as informações foram todas compartilhadas com o Conselho Local de Saúde na última segunda-feira (20). Sobre a falta de concursos, a Prefeitura disse que há, no momento, concursos válidos para médicos e outros profissionais de saúde, e que novos concursos estão sendo elaborados.

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