PAULÍNIA

Protesto: 30% de alunos sem aula

Funcionários da Sancetur suspendem circulação de ônibus por atraso em salários

Henrique Hein
14/06/2018 às 08:09.
Atualizado em 28/04/2022 às 12:40
Assembleia de funcionários da Sancetur: empresa considera ato "ilegal" (Divulgação)

Assembleia de funcionários da Sancetur: empresa considera ato "ilegal" (Divulgação)

Funcionários da Santa Cecília Turismo (Sancetur), empresa de ônibus responsável pelo serviço de transporte escolar dos alunos de Paulínia, paralisaram suas atividades na manhã de ontem, deixando ao menos 30% dos estudantes da cidade sem aulas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário e Anexos de Campinas e Região, o motivo da paralisação teve como objetivo reivindicar pagamento de direitos trabalhistas. Durante a manifestação, foi organizada uma assembleia em frente à garagem da companhia. Segundo a categoria, os empresários estão devendo o pagamento de salários, horas extras e a falta do recolhimento do FGTS e INSS - por causa desses motivos, nenhum veículo da Sancetur chegou a ser retirado da garagem. O vice-presidente do sindicato, Izael Soares alegou que, além dos atrasos nos pagamentos e os ônibus da companhia estão com problemas de manutenção. Soares disse que a categoria questiona também os descontos do plano de vale-refeição em dias de atestado e a forma de contratação dos colaboradores, que segundo ele, estão sendo efetivados em Valinhos. “Para ludibriar benefícios, a empresa se afastou das negociações da data-base da categoria sem apresentar nenhuma proposta descente para os trabalhadores. Caso as negociações não sejam retomadas, os protestos vão continuar”, avisou o sindicalista. Em média, cerca de oito mil alunos são transportados diariamente pelos 120 ônibus da empresa municipal - os veículos são responsáveis, inclusive, por levar estudantes com necessidades especiais, como cadeirantes. Em nota, a Sancetur informou que a paralisação foi “indevida, abusiva e ilegal” e que os colaboradores da empresa estão reivindicando os direitos trabalhistas que a empresa vem honrando. “Informamos que adotaremos as medidas judiciais cabíveis visando a normalização da situação para não prejudicar o transporte escolar da cidade”, informou o documento. O órgão de transporte ressaltou ainda que, por lei, todas as empresas devem ser informadas, pelo sindicato de classe, sobre qualquer tipo de paralisação com 48 horas de antecedência. Já a Prefeitura de Paulínia informou que no final da tarde ontem todo o serviço de transporte escolar foi retomado, assim como as conversas entre empresa e o sindicato. Hoje deve ocorrer uma nova rodada de negociação. “A Prefeitura esclarece ainda que na segunda-feira as secretarias de Governo, Transportes, Chefia de Gabinete e Segurança se reuniram com membros do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário e Anexos de Campinas e Região e representantes da categoria e se colocaram à disposição para intermediar as negociações entre os empresários e sindicato.” Reincidência Essa não é primeira vez que os funcionários da empresa paralisam as atividades. Em fevereiro deste ano, os colaboradores também pararam por conta do atraso no pagamento de salários e benefícios. Na ocasião, cerca de 2,5 mil estudantes ficaram sem o transporte público em Paulínia depois que 40% do serviço foi afetado. Na época, a Sancetur havia informado (assim como no caso de ontem) que as contas estavam em dia. 

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