CARLOS GOMES

Prostitutas no Centro intimidam pedestres em praça e usam droga

Presença tem sido frequente em praças públicas da região central, como a Carlos Gomes; elas ameaçam mulheres que passam pelo local e fumam maconha a qualquer hora

Gustavo Abdel
24/02/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:54
Prostitutas atuam na Praça Carlos Gomes e intimidam mulheres que passam pelo local ( Dominique Torquato/ AAN)

Prostitutas atuam na Praça Carlos Gomes e intimidam mulheres que passam pelo local ( Dominique Torquato/ AAN)

A prostituição a luz do dia tem se tornado mais frequente em praças públicas da região central de Campinas. A migração de locais também é um fato registrado recentemente por moradores e comerciantes, conforme mostrou o Correio na edição de domingo (22). A migração de locais também é um fato registrado recentemente por moradores e comerciantes. Profissionais do sexo chegam a intimidar demais frequentadores a saírem dos pontos considerados “exclusivos” para o negócio.   Uma dessas situações aconteceu com três mulheres, que foram expulsas da Praça Carlos Gomes, no Centro, sob ameaças de apanharem de um grupo de prostitutas.As amigas faziam uma reunião sentadas em um gramado da praça quando as mulheres “sugeriram” que saíssem, pois aquele espaço “é delas” — conforme teria dito uma das prostitutas.   Nesta segunda-feira pela manhã (24), a reportagem esteve na praça por volta das 11h30, e presenciou ao menos 12 profissionais do sexo fazendo ponto no local. A grande maioria tem mais de 35 anos e há mulheres de até 60. A presença durante o dia é cada vez mais recorrente, informaram comerciantes.   A abordagem das prostitutas ao trio ocorreu por volta das 13h de domingo (22). Segundo a massoterapeuta Renata (nome fictício), de 43 anos, elas estavam em um gramado próximo ao playground para uma reunião que iria definir locais para a prática de ioga, inclusive com intenção de fazer em espaços públicos e ao ar livre.   Intimidação   "As mulheres tinham entre 35 e 42 anos, e após alguns minutos que estávamos sentadas elas chegaram a menos de um metro da gente e disseram que não podíamos ficar ali", relatou. Uma das amigas tentou argumentar a razão de terem de deixar um espaço público, mas foi rapidamente interpelada por uma das profissionais, que deixou frisado que a resistência ocasionaria em agressão física.   "Olhamos para uma das esquinas da praça e vimos outras sete ou oito mulheres olhando para a nossa direção. Nos sentimos totalmente acuadas. Elas disseram que não iam sair dali enquanto a gente não fosse embora, e que iam partir para a agressão" , relatou.   Aumento   "Percebemos também um ambiente bem hostil, com a presença de homens com bebidas alcoólicas e suspeitos de estarem ligados as prostitutas" , acredita. As amigas não perceberam se estavam armadas. "Pagamos caro nossos impostos e não temos o direito de frequentarmos espaços públicos com segurança. É um absurdo" , reclamou.   Um comerciante que está há mais de 15 anos nas proximidades da Praça Carlos Gomes relata que o aumento de prostitutas durante aconteceu nos últimos oito meses. "Tinha prostituta antes, mas elas chegavam mais a tarde, e eram três ou quatro. Hoje, logo de manhã muitas já estão aqui" , conta. De acordo com ele, que também não quis revelar a identidade com medo de represália, geralmente ocorrem muitas brigas entre elas, por disputa de território.   Uso de droga   "Além das prostitutas tem muito garoto que faz programa. Eles ficam na região deles na praça, que é próxima ao hotel" , apontou. Em uma rápida volta pela Carlos Gomes a reportagem presenciou uma prostituta preparando um cigarro de maconha com um suposto cliente, e outra dezena espalhadas da metade do coreto até a rua Conceição.   "A praça tem enorme capacidade de abrigar aos domingos exposições artísticas e outras intervenções que afastassem a prostituição" , finalizou Renata. O fato de estarem se prostituindo não é crime. Porém, em casos de flagrantes de delitos, atos obscenos, importunação ofensiva ao pudor, lesão corporal ou qualquer outro crime, é necessário que seja registrado um Boletim de Ocorrência para que a polícia tome ciência e possa atuar.   Por meio da assessoria de imprensa, a Guarda Municipal informou que faz parte da Operação Centro Seguro a intensificação do patrulhamento na região da Praça Carlos Gomes, e orienta as pessoas a ligarem ao 153 em caso de delitos.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por