Compec Galasso Engenharia e Construções foi a que apresentou melhor proposta
A conclusão do BRT é um dos objetivos da gestão Dário Saadi, que espera entregar a obra em abril de 2024 (Alessandro Torres)
A Secretaria de Administração de Campinas revelou com exclusividade ao Correio Popular o resultado da abertura dos envelopes do lote 4 do BRT (Bus Rapid Transit), realizada no dia 27 de abril. Três empresas se candidataram para arrematar a obra, prevista para ser entregue em abril do ano que vem. A melhor proposta ofereceu R$ 39 milhões, cerca de 6% a menos que o valor fixado no edital, que é de R$ 42 milhões, e foi feita pela Compec Galasso Engenharia e Construções Ltda. Agora, a empresa passa por análises técnicas, jurídicas e econômicas antes de ser homologada.
Maior obra de mobilidade de Campinas, o BRT foi anunciado em 2017 pelo então prefeito Jonas Donizetti (PSB). À época, foi anunciado um investimento de R$ 451 milhões, com previsão para conclusão em 2020. O lote 4 é o último a ser concluído para que a obra avance ao status de finalizada e o corredor passe a operar integralmente. Moradores do distrito do Ouro Verde, região mais beneficiada, relatam ansiedade para ver o corredor em operação.
A secretária de Administração de Campinas, Maria Emilia de Arruda Faccioni, detalhou o andamento do processo. Ela contou que, para que a melhor proposta seja oficializada, a empresa precisa comprovar as competências exigidas pelo edital. “A empresa já está encaminhando os documentos e nós vamos encaminhar para a Secretaria de Infraestrutura, que vai analisar aspectos técnicos que comprovem a aptidão para realizar a obra. Que prove já ter realizado serviços relevantes, grandes como o BRT. Feito isso, se tiver tudo certo, é oficializada como vencedora”.
A Compec Galasso ofereceu exatos R$ 39,7 mi para arrematar o certame e firmar contrato, superando as empresas TKM Engenharia e SA (R$ 40,9 mi) e LA Administração de Serviços LTDA (R$ 42,4 mi). O valor fixado no edital foi de R$ 42,4 mi.
Declarada vencedora, contase cinco dias úteis de recurso, antes de ser efetuada a assinatura do contrato. Faccioni explica que a Prefeitura trabalha com urgência para homologar a situação e até uma força tarefa foi criada na Administração para agilizar o processo. “Eu imagino que a Seinfra vá analisar no menor tempo possível. Foi definida prioridade para todas as pastas, estamos passando até na frente de outras licitações para concluir o quanto antes”, contou.
A conclusão do BRT é um dos principais objetos da gestão Dário Saadi (Republicanos), que espera entregar a obra em meados de abril de 2024, último ano do atual mandato. À reportagem, o prefeito demonstrou indignação com o “abandono da obra” pelo Consórcio BRT, que conduzia a intervenção até o ano passado. “O não cumprimento do contrato por parte de um dos consórcios foi lastimável. Nós penalizamos a empresa e coube a nós fazer a nova licitação que está em fase final. O compromisso é de terminar o BRT, mas não contávamos com a falta de responsabilidade e compromisso público dessa empresa que abandonou a obra”.
O Consórcio foi multado em R$ 10 milhões pelo “não cumprimento dos prazos e atrasos”. Com o abandono das obras, a executora foi penalizada pela Prefeitura com a rescisão do contrato de forma unilateral.
Embora a previsão da Administração seja para abril do próximo ano, dado o tempo que a licitação leva para ser concluída até a ordem de serviço, pode haver atraso na entrega. Isso porque a partir da ordem de serviço, a empresa terá 12 meses para concluir o projeto, o que culmina em aproximadamente junho do ano que vem.
A Secretaria de Infraestrutura informou através de nota que a análise técnica leva em torno de 30 dias. Disse ainda que faltam 11% para conclusão do corredor e que a verba é da própria Prefeitura.
Moradores do Ouro Verde aguardam ansiosos pela conclusão do corredor, que ligará o Terminal Vida Nova ao Terminal Central cortando importantes avenidas do município como a Ruy Rodrigues e a Amoreiras. Para conclusão total, faltam apenas as intervenções entre o Terminal Vida Nova e o Terminal Campos Elíseos. O trecho adiante já foi finalizado.
“Foi um dos primeiros trechos a começar e está sendo um dos últimos a finalizar. E é muito importante porque a mobilidade ali está horrível. São muitos problemas. Tá um horror para atravessar a Ruy Rodrigues na altura do Terminal Ouro Verde, ponto de ônibus não dá para saber onde é. Esses dias mesmo eu confundi e desci no ponto errado. Então a gente espera essa melhoria o quanto antes”, declarou a pedagoga Eliane de Almeida Santos Castro, de 43 anos, moradora do DIC I.
A Emdec não respondeu, até o fechamento desta edição, sobre o plano de mobilidade durante as obras e sobre a importância de concluir a intervenção para melhorar a mobilidade da região.