doação de alimento

Projeto social dá bom exemplo em Hortolândia

'Está sobrando? Doe. Está precisando? Pegue': campanha busca ajudar população mais necessitada diante da atual crise do novo coronavírus

Gustavo Magnusson
31/03/2020 às 11:04.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:19

"Está sobrando? Doe. Está precisando? Pegue". O slogan pode ser lido em duas placas instaladas na parte da frente da Panificadora Paulistana, localizada na esquina da Avenida Brasil com a Rua Eusébio de Queiroz, no bairro Jardim Amanda I, em Hortolândia. Desde a última quinta-feira, o estabelecimento se transformou em ponto de arrecadação de alimentos para doação. A iniciativa solidária partiu do projeto social "Hortolândia Invisível", criado em agosto do ano passado. Em parceria com a padaria, a campanha busca ajudar a população mais necessitada de Hortolândia diante da atual crise do novo coronavírus. "A gente teve essa ideia de solidariedade porque tem pessoas que não tem dinheiro para ir no mercado, então é só colocar os alimentos sobre a mesa. É muito importante dizer que o alimento precisa ter sido higienizado", explica um dos voluntários do projeto, o estudante Júlio Renato Gonçalves de Souza, de 17 anos. "A gente limita dois alimentos por pessoas para evitar que alguém chegue e leve vários de uma vez", orienta o jovem. Divulgada nas redes sociais do projeto e também da padaria, a campanha foi abraçada pelos moradores de Hortolândia. Além de alimentos perecíveis essenciais, produtos de higiene e limpeza também foram doados. "Ontem mesmo uma pessoa doou um pedaço de sabão, mas em geral estão trazendo mais leite, farinha, óleo, trigo, arroz e feijão", enumera Júlio Renato. De acordo com outro voluntário que coordena o projeto, Fabricio Antoniassi, a doação de alimentos é uma forma de ajudar vários trabalhadores que estão sendo afetados pelo distanciamento social causado pela quarentena vivida desde o início da semana passada. "Estamos pensando nos nossos amigos autônomos que estão desempregados devido a essa pandemia", afirma. De acordo com o fundador do "Hortolândia Invisível", o professor de geografia Júlio César Silva, a doação de alimentos segue o mesmo espírito de outras campanhas já realizadas pelo projeto social ao longo de sua existência. "Uma das ações que a gente já realizou foi ajudar uma família de haitianos recém-chegada ao Brasil que passou por alguns momentos de necessidade. Também já auxiliamos uma garota com deficiência que mora no CDHU, próximo ao Matão, além de outras famílias em situação de vulnerabilidade com leite e fraldas. O nosso projeto leva o nome de Hortolândia, mas atuamos aonde estiver precisando. Já fizemos ações em Campinas, inclusive", conta o professor. "Nossa intenção também é servir de motivação para outras pessoas criarem projetos e fazerem o bem sem olhar a quem", conclui.

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