URBANISMO

Projeto prevê a remodelação do Viaduto Cury

Complexo viário vai passar por intervenções estruturais, ordenação do tráfego e ocupação do solo

Rogério Verzignasse
03/08/2013 às 06:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:39
Área do Viaduto Cury que a prefeitura pretende transformar em estacionamento para veículos (Elcio Alves/AAN)

Área do Viaduto Cury que a prefeitura pretende transformar em estacionamento para veículos (Elcio Alves/AAN)

Técnicos da Prefeitura estão debruçados sobre um projeto ousado que promete a requalificação completa do degradado Viaduto Miguel Vicente Cury. Os debates sobre como dotar Campinas de um equipamento urbano funcional, seguro e organizado começaram há 45 dias. E, já nas próximas semanas, os secretários devem apresentar relatórios definitivos sobre as intervenções necessárias para a revitalização do espaço. O plano prevê obras estruturais complexas, ordenação do tráfego de veículos e da ocupação do solo.Esboços do projeto estão na mesa de Mário Gadioli, presidente da Centrais de Abastecimento S.A. (Ceasa-Campinas). A empresa centraliza os encontros por uma razão bem simples. O governo municipal pretende fortalecer, no Centro, a distribuição de produtos hortifrutigranjeiros. Já existe sob o viaduto uma alameda de bancas, administradas por 22 permissionários da empresa. A intenção, no entanto, é aprimorar e ampliar o atendimento ao consumidor. Além da venda de verduras, frutas e legumes, o espaço deverá concentrar a prestação de diversos serviços públicos essenciais.Há um esforço para a “humanização” do Terminal Central. Hoje, os boxes são tomados só por quem embarca ou desembarca dos ônibus. A ideia é levar para o terminal postos policiais, escritórios das empresas fornecedoras de água e energia, e guichês da Administração.Ainda não se sabe quando será inaugurado o “terminal humanizado” nem se arriscam palpites sobre os investimentos necessários. Gadioli afirma que a transformação do perfil de frequentadores do terminal exige primeiro as readequações físicas. Há uma lista de intervenções pontuais, urgentes, algumas às quais o Correio teve acesso e que serão detalhadas por cada pasta envolvida na remodelação.A Assistência Social vai remover do viaduto a Casa da Cidadania, e impedir que as calçadas e canteiros continuem ocupados por moradores de rua. A Secretaria de Trabalho e Renda vai trabalhar na organização e na regularização do comércio informal, e no cadastramento e encaminhamento de pedintes e mendicantes.À Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), caberá a readequação completa do sistema viário do entorno, com mudanças no trânsito da Avenida Prefeito José Nicolau Ludgero Maselli (marginal à linha férrea) e a instalação do acesso para um amplo estacionamento de veículos que, segundo fontes ouvidas pelo jornal, deve tomar a ampla área onde, até o governo anterior, existiam outras 33 bancas comerciais. A instalação da Casa da Cidadania nas imediações — e a presença de moradores de rua espalhados pelo chão — inviabilizaram o funcionamento daquelas bancas. O consumidor se afastou, os boxes foram lacrados e acabaram demolidos em maio de 2011.A Prefeitura também prevê a instalação de lixeiras subterrâneas e acabar com o visual agressivo dos coletores de lixo espalhados na Rua Cônego Cipião.Modelo esgotadoAtraindo um público diferenciado, diz o presidente da Ceasa-Campinas, o comércio nas áreas anexas ao terminal será modernizado e o amontoado de bancas, transformado num polo seguro e organizado para compras. “O fato é que Campinas não pode esperar mais. O modelo atual está esgotado”, afirma Gadioli.O objetivo das intervenções é afastar do entorno a prostituição e o tráfico de drogas, dramas que historicamente colaboraram com a degradação completa do cenário local.Entre os permissionários instalados na alameda sob o viaduto, o entusiasmo pelo início das obras é grande. Valdecir Julião, um dos permissionários pioneiros, está no Cury desde 1978 e já presidiu a associação local de comerciantes. “Nos garantem que, até outubro, as obras estarão executadas”, fala, esperançoso.Mas ninguém da Prefeitura confirma o cronograma. Para Gadioli, a proposta é executar todas as intervenções elencadas aos poucos, ponto a ponto, conforme houver recursos disponíveis nos caixas públicos. “Precisa sair do papel uma reforma ampla, completa, definitiva”, afirma.

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