O desenvolvimento dos motores biocombustíveis mais eficientes exigirÁ investimento de R$ 32 milhões EM 10 anos e tem a participações de instituções
Uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando seu preço representa mais de 70% do valor da gasolina ( Divulgação)
Criado em novembro com a missão de desenvolver motores de combustão interna adaptados ou desenvolvidos especificamente para biocombustíveis e a estudos sobre a sustentabilidade dos biocombustíveis, o Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf será apresentado nesta quinta-feira (23) ao setor privado de pesquisa nas áreas de biocombustíveis e engenharia baseado no Techno Park em Campinas. A proposta, segundo o diretor do Techno Park, José Luiz Camargo Guazzelli, é que o parque tecnológico possa alavancar a relação das empresas com o centro de pesquisa e, futuramente, o desenvolvimento de projetos de cooperação técnica entre as duas instituições. O desenvolvimento dos motores para biocombustível vai exigir investimento de R$ 32 milhões em dez anos, sendo que R$ 8 milhões virão da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), R$ 8 milhões da Peugeot Citroën do Brasil (PCBA) e cerca de R$ 16 milhões em despesas operacionais e salários pagos pelas instituições de pesquisa participantes. O projeto envolve a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), a Fapesp e a PCBA. Essas instituição atuarão em rede e participarão em suas áreas de especialização para o desenvolvimento de motores. Coordenação O centro de pesquisa é projeto coordenado por Waldyr Gallo, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Unicamp, e está sediado na Faculdade de Engenharia Mecânica da universidade. Ele está integrado por pesquisadores da universidade, do Laboratório de Engenharia Térmica e Ambiente (Lete) da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), do Laboratório de Combustão, Propulsão e Energia (LCPE) do ITA e do Laboratório de Motores e Veículos do IMT. A linha de pesquisa e desenvolvimento visa retomar os estudos que foram paralisados em 2006, quando a fabricação de motores dedicados a etanol no Brasil foi suspensa — época em que os veículos flex fuel passaram a liderar a frota de automóveis. O novo centro, criado em novembro, visa retomar os estudos e testar tecnologias usadas até então em motores a etanol, como a de injeção indireta. A proposta do centro é avançar no conhecimento de biocombustíveis em geral e não apenas de etanol. Maior eficiência A intenção é desenvolver um motor que se aproxime dos motores a diesel em termos de eficiência para poder se tornar um produto com nicho de mercado, que competirá com motores a diesel e não com os a gasolina, como ocorre com os bicombustíveis. Entre os temas que serão investigados estão novas configurações de motores a biocombustíveis, veículos híbridos, redução de consumo, emissão de gases e seus impactos e a viabilidade econômica e ambiental de biocombustíveis. O evento nesta quinta, no Techno Park, terá participação do prefeito Jonas Donizette (PSB) e do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio França. Atrair investimentosApós o evento de apresentação do Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf, o diretor do Techno Park, José Luiz Camargo Guazzelli, vai entregar ao secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio França, o projeto de ciência e tecnologia do Techno Park, cujo conteúdo atende os requisitos para que esse parque privado possa ser credenciado junto ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec). Esse sistema dá apoio e suporte aos parques tecnológicos, com o objetivo de atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em conhecimento ou de base tecnológica, que promovam o desenvolvimento econômico do Estado. O Techno Park é um parque privado, com 66 empresas, que visa estimular o desenvolvimento econômico e ampliar a competitividade de Campinas, com foco na atração de empresas de base tecnológica. Ele funciona por meio de acordos de cooperação com instituições de pesquisa e inovação e associa o conhecimento gerado no âmbito acadêmico à atividade produtiva. Os parques tecnológicos de Campinas estão pré-credenciados no sistema e os primeiros a receberem o credenciamento definitivos serão os públicos, caso dos parques da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer e o Polis, o parque do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD). O Techno Park e o Ciatec 2 ficarão na segunda etapa.