santa genebra

Projeto explora a natureza da Mata

Começam amanhã as inscrições gratuitas para o projeto Fotografia da Natureza da Mata Santa Genebra. É preciso confirmar presença pelo site

Luciane Borrmann/Especial para a AAN
20/02/2020 às 07:49.
Atualizado em 29/03/2022 às 21:09

Começam amanhã as inscrições gratuitas para o projeto Fotografia da Natureza da Mata Santa Genebra. É preciso confirmar presença pelo site http://www.fjposantagenebra.sp.gov.br/. As inscrições se encerram quando esgotarem as 40 vagas à disposição. A integração para a formação de novos fotógrafos será no dia 7 de março, na sede da Fundação. Não há necessidade de experiência ou equipamentos sofisticados, basta querer estar perto da natureza e explorar o que há de mais interessante e bonito na Mata. A formação Fotografia da Natureza é uma forma da sociedade se envolver, valorizar e divulgar a Unidade de Conservação por meio da fotografia. Desde 2016, o projeto já formou 199 participantes em sete edições. Há várias espécies de plantas e animais para serem fotografados, como paineiras, figueiras, guarantãs, macaco-prego, insetos, anfíbios, pássaros, répteis e muitas outras. As imagens registradas no evento são aproveitadas em atividades de Comunicação e Educação Ambiental promovidas pela Fundação, como o Guia de Borboletas e o Guia de Aves da Arie Mata Santa Genebra, que foram produzidos em parceria com os fotógrafos formados pelo projeto. Cientificamente, a participação dos fotógrafos e seus registros são importantes, porque por meio deles é possível conhecer as espécies existentes da Mata. O atual Guia de Aves tem 62 fotos de espécies de aves. Três, fotografadas pelo participante Marcelo Quirino, são consideradas raras na Mata: Soldadinho (Antilophia galeata), Tangará (Chiroxiphia caudata) e Rei-dos-tangarás Hibrído (Soldadinho + Tangara). Há outras atividades programadas e oferecidas pela Fundação José Pedro de Oliveira, como a Ecoférias (em janeiro e julho), Visita Monitorada (uma vez por mês) e visitas agendadas. Ao longo do ano, o público também pode ter acesso à Mata através de outros projetos que não exigem agendamento, como o Vem Borboletar. A visita ao Borboletário é uma grande oportunidade de conhecer algumas espécies das mais de 700 existentes na Mata, como elas vivem e seu ciclo de vida. Já o projeto "Floreta Saudável, Pessoas Saudáveis", que completou um ano em janeiro, tem entre suas atividades uma caminhada monitorada realizada no entorno da Mata Santa Genebra toda quarta-feira, às 8h30, com aproximadamente cinco quilômetros de extensão, sem inscrição prévia. O objetivo dessa iniciativa é oferecer à comunidade os benefícios de uma caminhada aliados às qualidades que a Mata pode oferecer como o ar puro, sensação térmica agradável e o contato com a natureza. Essas características da mata já eram importantes e valorizadas pelo antigo proprietário, José Pedro de Oliveira, que a preservou por sofrer de tuberculose e achar que o ar da vegetação lhe fazia bem e também por acreditar que poderia ajudar a curar sua doença. Área é originária de fazenda de café A área de 251,77hectares da Mata Santa Genebra é originária da fazenda de café Santa Genebra, que já pertenceu ao Barão Geraldo de Resende, e foi doada pela viúva de José Pedro de Oliveira a então proprietária da fazenda, Jandyra Pamplona de Oliveira. A doação da Mata Santa Genebra ao município de Campinas foi dia 14 de julho de 1981, aniversário de 207 anos da cidade. A cerimônia foi dentro da mata com a apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas. Da época da doação até os dias atuais, a mata passou por muitas dificuldades, ameaças e transformações. Conhecer sua história, a importância de uma reserva urbana com grande interesse científico e cultural e entender as mudanças ocorridas são de grande valor para compreender como ela é hoje e como pode ser preservada. Entre as atividades desenvolvidas pela Arie Mata Santa Genebra estão o manejo e monitoramento de flora e fauna, pesquisas, gestão da unidade de conservação, plano de contingência para prevenção e combate a incêndios e visitação. Programas aproximam a população da preservação Os programas de visitação são de suma importância para conciliar a população e a Mata. Segundo Cristiano Krepsky, biólogo responsável pelo uso público e educação ambiental da Fundação, "o que a Mata vem tentando fazer com a ampliação e diversificação do uso público é na verdade uma tendência mundial de buscar e aproximar a comunidade da gestão das áreas protegidas e isto tem sido visto como uma das melhores estratégias para a conservação e também para que a gente possa melhorar a qualidade de vida da população, principalmente no caso das áreas protegidas urbanas". Esse plano de conservação é contrário ao que se fazia no início da formação da estratégia de áreas protegidas, que era afastar o elemento humano dessas áreas. As visitas sempre monitoradas são ferramentas para sensibilizar e tentar mudar a postura dos visitantes em relação ao meio ambiente e promover o pertencimento da comunidade através da participação. As áreas abertas à visitação pública são o núcleo de Educação Ambiental, o aceiro (a estrada ao lado da cerca), as trilhas Leste e Central além do Borboletário. O biólogo Cristiano Krepsky faz a seguinte reflexão sobre o programa "Floresta Saudável, Pessoas Saudáveis": "Estamos procurando diversificar com programas que atendam as pessoas com diferentes interesses, de diferentes possibilidades e necessidades e a atividade de caminhada está neste contexto. A ideia de que a saúde da mata também pode contribuir para a saúde das comunidades e vice versa, ou seja, as comunidades se beneficiando da saúde proporcionada pelo contato com a natureza podem beneficiar a preservação e a saúde da mata." Outros dois projetos de educação ambiental estão previstos para serem inaugurados em 2020: o meliponário, a criação de abelhas nativas sem ferrão, e uma trilha suspensa em madeira de aproximadamente um quilômetro para que pessoas idosas e cadeirantes também possam acessar uma parte interna da Mata Santa Genebra. Todas as atividades são gratuitas e realizadas na sede da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), situada à Rua Mata Atlântica, 447, Bosque de Barão, Campinas, SP.

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