Projeto engaja comunidade para preservar nascentes

A multinacional Tetra Pak, uma das líderes mundiais na fabricação de embalagens para alimentos — e que possui uma de suas filiais em Monte Mor — investe em um ambicioso projeto ambiental que recupera mananciais e envolve comunidades rurais na gestão dos recursos hídricos. O programa é executado nas nascentes da microbacia hidrográfica do Ribeirão do Pico, em Vargem, divisa dos estados de São Paulo e Minas. O local não foi escolhido por acaso. O município, localizado a cem quilômetros de Campinas, tem nascentes que abastecem o Sistema Cantareira e as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, essenciais para o abastecimento de águas nas cidades da Grande São Paulo e da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O projeto recuperou as nascentes de 45 propriedades rurais. O plantio de mudas de árvores nativas recompôs a mata ciliar. A microrregião ganhou biodigestores de tratamento de esgoto doméstico, que evitam a contaminação dos cursos d’água e do lençol freático. Além disso, nos sítios foram instaladas pequenas barragens para a captação, que contribuíram para a retenção de água no solo e a recarga do aquífero subterrâneo. A conquista mais importante do “Projeto Nascentes” foi o engajamento dos habitantes da roça. A empresa organizou palestras, reuniões de motivação e oficinas de capacitação para os produtores rurais e seus parentes. As famílias, efetivamente, passaram a cuidar do patrimônio ambiental. Desde a implantação do projeto, em 2013, dez nascentes foram recuperadas e estão sendo preservadas. Para se ter uma ideia da eficiência do programa, a água captada pelas bacias de retenção equivalem a 60% da chuva precipitada na área. Os 200 metros cúbicos coletados são um volume de água suficiente para compensar o consumo das fábricas da Tetra Pak em Monte Mor e Ponta Grossa (PR). A diretora de Meio Ambiente, Valéria Michel, explica que a companhia investe na preservação dos recursos naturais pensando na própria autossustentabilidade. “A água é essencial para o ser humano e fator-chave para o desenvolvimento econômico” , diz. “Presentes no espaço, levamos adiante o propósito de trocar experiências com outros agentes sociais.”