NO BAIRRO BOTAFOGO

Projeto da Emdec confunde motoristas na Delfino Cintra em Campinas

Balizadores de trânsito e floreiras são atingidos pelos carros que passam no local

Rodrigo Piomonte
31/08/2022 às 09:12.
Atualizado em 31/08/2022 às 09:12
Balizadores de trânsito destruídos na Rua Delfino Cintra, no trecho entre as avenidas Barão de Itapura e Andrade Neves: motoristas não estão se adaptando à nova orientação (Dominique Torque)

Balizadores de trânsito destruídos na Rua Delfino Cintra, no trecho entre as avenidas Barão de Itapura e Andrade Neves: motoristas não estão se adaptando à nova orientação (Dominique Torque)

Desde que a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) implementou um projeto chamado de "Urbanismo Tático", na região do bairro Botafogo, em Campinas, há cerca de um mês, motoristas e pedestres que utilizam a Rua Delfino Cintra no trecho entre o viaduto da avenida Barão de Itapura e o acesso à Avenida Andrade Neves estão sofrendo para se adaptarem às mudanças no trânsito da região. Mesmo com a redução da velocidade máxima permitida no local para 30 km/h, cerca de 50 balizadores e quatro floreiras usadas na intervenção viária foram atingidos pelos veículos que integram diariamente o intenso trânsito no local. Não há informações de acidentes ou feridos nos incidentes.

Segundo a Emdec, o projeto do 'Urbanismo Tático', colocada em prática na região, visa a uma readequação do espaço viário com foco nos espaços públicos. As intervenções fazem parte do plano de urbanismo que prevê priorizar o pedestre e reduzir a velocidade das vias do entorno. Entre as principais mudanças promovidas estão alterações de traçados e redução de espaços nas vias. Além da redução da velocidade máxima, o trecho contemplado ganhou ainda novas faixas de pedestre e ampliação dos passeios.

Apesar das alterações propostas, quem precisa atravessar o cruzamento da Avenida Andrade Neves e da Rua Otávio Mendes ainda encontra dificuldade. A falta de semáforos é uma das críticas ouvidas pelos usuários do trecho. Segundo os pedestres, o estreitamento da via criou uma "competição'' entre os pedestres e o trânsito de veículos que se forma. 

Os relatos dão conta de que poucos motoristas param antes da faixa ao presenciarem a tentativa de um pedestre atravessar a via. A supervisora de marketing, Taciana El Kouri, 34 anos, contou sobre essa dificuldade ao tentar atravessar a rua em horário de pico, acompanhada da mãe idosa. "Muitos motoristas nos viram tentando atravessar e ninguém parava."

Na época da implementação do projeto, as opiniões se dividiram entre motoristas e pedestres a favor das alterações propostas e outros contrários. Por sua vez, a Emdec justifica que a intervenção é um projeto-piloto e ressalta que ele tem como objetivo principal trazer um novo conceito de urbanidade para a cidade. 

Para a advogada Amanda Violandi, especialista em trânsito, os locais onde ocorreram as novas implementações são vias que possuem grandes fluxos de carros e pedestres, e contavam com ausências de sinalizações. "Nessas regiões, sempre ocorreram um grande número de conversões indevidas, gerando números significativos de infrações e acidentes de trânsito. Isso indica os danos causados nos equipamentos usados no projeto. No entanto, é preciso que os motoristas respeitem as sinalizações implantadas, para de fato diminuir a imprudência no trânsito", destaca.

Segundo a Emdec, os danos causados nos equipamentos usados no projeto não geraram custos extras ao projeto, que, segundo a empresa, se viabiliza justamente pela eficiência no resultado e baixo custo de implementação. A Emdec informou ainda que os balizadores, por exemplo, foram implantados como contrapartida de um empreendedor.

A empresa também ressalta que não teve registros de acidentes no trecho desde a implementação do projeto. E que todo o desenvolvimento está sendo acompanhado pelas equipes técnicas. A Emdec informou ainda que as ações no trecho possuem, justamente, o objetivo de aumentar a segurança viária, principalmente no deslocamento dos pedestres que circulam pela região. E que o principal objetivo da ação é o de preservar vidas no trânsito.

Entre as demais alterações propostas estão o prolongamento da esquina da praça, o encurtamento das travessias, a ampliação de uma faixa para veículos e a inclusão de ilhas de refúgio junto às travessias para melhorar a visibilidade entre pedestres e motoristas, além de baias para ônibus. A Emdec destaca que foram também implantados vagas de estacionamento e chicana, que são sinuosidades na via no trecho do viaduto para iniciar a redução de velocidade dos veículos que acessam a região da praça.

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