Objetivo é oferecer oportunidades de treinamento para atuação em supermercados
Programa de treinamento de jovens que prestam serviço militar foi lançado no encerramento da Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Gustavo Tilio)
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) anunciou na terça-feira (20), em Campinas, uma parceria com o Ministério da Defesa para oferecer treinamento aos jovens que prestam serviço militar para a formação de mão de obra qualificada para o setor. O objetivo é que os interessados em participar conheçam todo o plano de carreira, salários e sejam preparados para trabalhar em supermercados ao terminarem o período de um ano de atuação no Exército, Marinha ou Aeronáutica. O lançamento do programa de treinamento foi feito no encerramento da Convenção Nacional da Abras.
De acordo com dados do governo federal, 77.491 jovens prestaram o serviço militar em todo o País no ano passado. Esse contingente representa 5,49% dos 1,41 milhão de pessoas que completaram 18 anos em 2020 e fizeram o alistamento militar obrigatório. Segundo o presidente da Abras, João Galassi, o programa visa criar oportunidades de emprego para essa parcela da sociedade e gerar mão de obra qualificada para os supermercados, que hoje têm carência em encontrar pessoal preparado para atuar no início de carreira.
O setor supermercadista é o maior gerador de primeiro emprego no País, criando em torno de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. De acordo com o Mapa dos Empregos no Setor de Supermercados, o segmento foi o que mais criou novos postos de trabalho durante a pandemia de covid-19, totalizando 165.120 vagas. Segundo o estudo realizado pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), em conjunto com a consultoria Future Tank, foram 57.214 novas vagas em 2020, e 98.906 em 2021.
Formato
No Rio de Janeiro, o setor supermercadista foi responsável por dois de cada cinco empregos abertos no Estado no biênio. Foram 11.120 novos postos de trabalho, o que equivale a 41% do total de vagas geradas no Estado.
O setor supermercadista também foi o que mais gerou empregos em sete outros Estados brasileiros durante a pandemia: Piauí (21%), Rondônia (13%), Maranhão (12%), Amazonas (11%), Pará (11%), Pernambuco (8%) e Ceará (7%).
Galassi disse que a parceria com o Ministério da Defesa já foi acertada, faltando agora definir o formato do programa de treinamento, como duração, locais e para quais profissões. O curso profissionalizante deverá ser oferecido em todo o País. Já a oferta de vagas será feita pelos supermercados das regiões onde os quartéis militares estão instalados.
De acordo com o presidente da entidade, o novo programa é uma extensão de outros que o setor já oferece em parceria com várias entidades. No Brasil, há 92 mil supermercados, que atendem cerca de 28 milhões de clientes por dia. O setor fatura anualmente R$ 611 bilhões, o equivalente a 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Comércio
O comércio ocupa a terceira posição entre os setores que mais geraram empregos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em julho, com 1.742 vagas, segundo o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. A liderança ficou com o setor de serviços (2.342 postos), com a indústria na segunda colocação (1.750). A agropecuária fechou o ranking, com 89 postos. No acumulado do ano, a região totaliza 30.819 novos empregos.
Pelo segundo mês consecutivo, a RMC se destacou na criação de empregos no Estado de São Paulo, com participação de 10,3% do total de 67.009 vagas de julho. Nos sete meses do ano, 8,8% dos empregos gerados no Estado foram na região.
A economista Eliane Navarro Rosandiski, do Observatório da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, aponta dois fatores que podem contribuir para a geração de novas vagas também em agosto. O primeiro é o pagamento dos benefícios sociais pelo governo federal, que começou a ser liberado no mês passado e injetará R$ 41 bilhões na economia. O outro é que as indústrias começaram a receber os pedidos do comércio para as vendas de final do ano.