CAMPINAS

Profissionais da saúde mental fazem protesto na Câmara

Eles criticam a internação compulsória de usuários de drogas e a política de cumprimento de metas

Bruna Mozer
bruna.pinto@rac.com.br
15/05/2013 às 22:10.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:53

Profissionais da saúde mental estiveram nesta quarta-feira (15) na Câmara dos Vereadores e entregaram uma carta de protesto a determinadas diretrizes no atendimento aos usuários desse serviço em Campinas.

O documento, assinado pelo movimento Fórum Aberto de Saúde Mental, foi lido na tribuna, mas poucos vereadores ouviram as reivindicações. Eles criticam a internação compulsória de usuários de drogas e a política de cumprimento de metas estabelecida pela Prefeitura para manter os convênios com entidades - que determina número de atendimentos. O fórum faz parte do movimento permanente da Luta Antimanicomial, que é celebrado no mês de maio.

Sobre as internações, no documento, os profissionais afirmam que "as políticas públicas de saúde que mais apresentaram impactos positivos não tem como foco a abstinência".

"O maior problema é quando o paciente sai da internação. Essa deve ser uma alternativa e não a única solução" , disse a psicóloga Julia Amorim Santos, que trabalha no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e integra o movimento. A internação compulsória, também foco de debate deste movimento, é uma política pública implantada recentemente pelo Governo do Estado de São Paulo.

O fórum critica as metas estabelecidas pela Prefeitura de Campinas para manutenção dos convênios com entidades, como é o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, por exemplo.

Atualmente, segundo integrantes desse fórum, há uma pressão para que seja realizado determinado número de atendimento na área da saúde mental. "Quantificar procedimentos não nos parece a melhor forma para isso e este instrumento de avaliação (...) não pode servir a favor de uma política de metas" , consta no documento.

"Eu tenho que dimensionar o tempo da consulta ao meu paciente para conseguir atingir os números de atendimentos que são exigidos?" , questionou Rafael Colaço, psiquiatra do CAPS Novo Tempo, que realiza atendimento misto - pela Prefeitura e por meio de convênio com o Cândido. Na tribuna, alguns vereadores falaram sobre o assunto no final da sessão.

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