EDUCAÇÃO

ProFIS da Unicamp forma primeira turma com 53

Dos 120 inscritos que em março de 2011 iniciaram o curso, 53 foram diplomados

Agência Estado
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24/02/2013 às 18:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:23

O sistema de inclusão por mérito no ensino superior para alunos de escolas públicas, criado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2010, acaba de formar sua primeira turma. Dos 120 inscritos que em março de 2011 iniciaram o curso, 53 foram diplomados na última sexta-feira,22, e puderam escolher uma das vagas reservadas na graduação de uma das melhores universidades do país sem prestar vestibular.

O baixo porcentual de concluintes do curso não tira o mérito do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) como mecanismo de inclusão social na universidade pública estadual como alternativa ao vestibular - um de seus maiores objetivos -, mas chama a atenção para dois problemas que ainda precisam ser atacados: o total de vagas reservadas na graduação é baixo (um dos fatores da alta evasão) e a taxa de reprovação ainda é alta.

O ProFIS serviu de embrião para o colégio comunitário, lançado pelo governador Geraldo Alckmin, em dezembro do ano passado, como opção ao vestibular e principal porta de entrada para as universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) para alunos de escolas públicas.

Com o programa batizado de Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista), o Estado espera atingir até 2016 a ambiciosa meta de 50% - ou 4.520 alunos - inscritos nas três universidades paulistas de egressos das escolas públicas.

O programa de inclusão por mérito da Unicamp é um curso em que são selecionados os estudantes do ensino médio de escolas públicas de Campinas que tiveram as melhores notas do Enem. Durante dois anos (ou até três), eles têm aulas de disciplinas de áreas de ciências humanas, biológicas, exatas e tecnológicas, por período integral e, conforme seus coeficientes de rendimento em disciplinas obrigatórias (CROs), podem escolher (por mérito), sem vestibular, uma cadeira na graduação da Unicamp. Os melhores colocados escolhem primeiro as vagas disponíveis.

Para cada turma de 120 alunos, são reservadas 120 cadeiras. Em 2013, subiu para 129 o número de inscritos. Um levantamento feito em julho do ano passado com a primeira turma de formandos do ProFIS buscou traçar algumas características dessa primeira experiência.

Dados

Do grupo, 63% se disseram insatisfeitos com as vagas disponíveis na graduação da Unicamp e outros 26% se disseram pouco satisfeitos. Quando perguntados sobre o uso do coeficiente por rendimento de disciplinas obrigatórias (CROs) para classificação para escolha das vagas, 37% afirmaram estar insatisfeitos. "Como nem todas vagas estão disponíveis nos cursos desejados pelos alunos, muitos acabam desestimulados a prosseguir no ProFIS quando percebem que não ingressarão no curso que sonharam", ressalta o relatório, elaborado pelo primeiro coordenador do programa, o professor Francisco Magalhães Gomes. Segundo o estudo, "será preciso em um futuro breve promover um aumento de vagas nos cursos de graduação".

A principal defasagem em relação à demanda está na área de ciências biológicas e da saúde. Enquanto a Unicamp oferecia 20 vagas, no final de 2011 havia um total de 39 alunos interessados nessas cadeiras. Enquanto isso, na área de ciências exatas e tecnológicas, havia 73 vagas reservadas e uma demanda de 25 interessados.

Atualmente, não aceitam alunos do ProFIS os cursos de Ciências Sociais, os cursos de Economia e alguns cursos de Artes, que aplicam provas de habilidades. Dos 67 cursos da Unicamp, 61 reservam cadeiras para alunos oriundos do programa. Em geral, cada curso reserva de uma a duas vagas por aluno do programa.

A estudante Erica Rodrigues Soares, de 18 anos, mora em Hortolândia e foi uma das inscritas no ProFIS, na turma de 2012. Depois de cursar o programa durante o ano passado, ela decidiu prestar o vestibular da Unicamp e foi aprovada em Geografia. "Como a vaga não é 100% garantida, e eu não era uma das alunas tops da minha turma, decidi prestar o vestibular", afirma Érica, que é também uma das coordenadoras do Diretório Central Estudantil (DCE) da Unicamp.

Segundo a pesquisa feita com a primeira turma do ProFIS, dos 120 primeiros alunos inscritos em 2011, 22 já haviam deixado o curso no início de 2012. Destes, seis entraram em outro curso da Unicamp, 3 cancelaram a matrícula a pedido e 13 tiverem baixo aproveitamento. "Os alunos desligados por baixo rendimento não tinham baixo rendimento escolar antes de entrar na Unicamp e tampouco tiraram notas baixas no Enem", ressalta o relatório.

"Não tenho dúvidas que muito em breve os melhores alunos da Unicamp serão egressos do ProFIS", afirma Knobel. "Apesar de eu ter prestado vestibular e achar que ainda são poucas vagas, o programa traz uma oportunidade sem igual, com uma carga muito puxada, até para mim que vim de um colégio técnico", explica Érica.

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