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Professores realizam curso de primeiros socorros

Ao menos 140 professores da Rede Pública de ensino participaram ontem de um treinamento de primeiros socorros organizado pela Polícia Militar

Alenita Ramirez
11/05/2019 às 11:39.
Atualizado em 03/04/2022 às 22:26

Ao menos 140 professores da Rede Pública de ensino participaram ontem de um treinamento de primeiros socorros organizado pela Polícia Militar (PM) de Campinas. O curso é uma parceria com o Instituto Terzius e a Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e faz parte de um treinamento obrigatório que as escolas devem fornecer aos profissionais de ensino, conforme a Lei Lucas, sancionada no final do ano passado pelo Governo Federal. O evento aconteceu nas dependências do Comando de Policiamento de Área do Interior-2 (CPI/2), localizado na Avenida João Jorge. "Não é obrigação da Polícia Militar oferecer esse curso, mas a corporação organizou para contribuir com os profissionais de educação, tendo em vista a necessidade de eles terem o conhecimento básico de primeiros socorros até a chegada do socorro especializado", disse o tenente Bruno Pettan Viegas de Carvalho, coordenador do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).  O grupo foi dividido em diversas turmas ao longo do dia, nas quais os profissionais tiveram acesso ao treinamento de socorro para casos de emergências médicas corriqueiras encontradas no meio escolar, entre os quais o engasgamento. Antes do início do curso, o Instituto Terzius fez uma avaliação com alguns professores. Foram selecionados 16 "alunos" por grupo para que eles fizessem a massagem cardíaca em um boneco. Os movimentos eram registrados em um aplicativo, que apontava se estavam corretos ou não. Segundo o presidente do Instituto, Luiz Guilherme, a maioria das avaliações obteve rendimento abaixo de 2%. Após o curso, foi repetida a avaliação e o rendimento foi, em média, de 93%. "O teste revelou que a maioria das pessoas não tem conhecimento nenhum de primeiros socorros. É importante que os funcionários de uma escola tenham esse aprendizado por conta do ambiente", comentou Guilherme. O professor de Ciências e Biologia, Ricardo Luiz Dalla Zonna, de Jundiaí, foi um dos docentes da amostragem, que iniciou o curso sem saber quase nada e saiu com rendimento de 99%. "Meu conhecimento de primeiros socorros era instintivo. Para a massagem cardíaca, por exemplo, eu achava que era apenas quatro vezes. No curso aprendi que deve ser uma série de 30. Foi muito bom o curso e valeu muito a pena ter participado", disse. De acordo com o site do Ministério da Saúde, em 2016, 2,3 mil crianças com até 14 anos, morreram no Brasil por falta de primeiros socorros e, deste montante, mais de 800 foram por engasgo. Lei Lucas A "Lei Lucas" trata da obrigatoriedade de treinamento em primeiros socorros para funcionários de escolas da rede municipal e particular do município, ela foi implantada em Campinas antes de ser levada para território brasileiro. Lucas era um aluno da rede particular e morreu aos dez anos, em setembro de 2017, com asfixia causada por engasgamento, durante um passeio promovido por sua escola. No ano passado, uma lei municipal estendeu a obrigatoriedade de capacitar os funcionários para a rede particular. A capacitação deve ser voltada para professores, monitores e funcionários do quadro administrativo e operacional das escolas. A formação incluirá aula teórica, por meio de recursos audiovisuais, e práticas, com a realização de simulações em manequins anatômicos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a oferecer o curso para várias escolas da cidade. No entanto, a PM estendeu não só para Campinas, como também para a região.

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