Unicamp, USP e Unesp

Professores reagem ao reajuste zero em universidades

Na quarta-feira da próxima semana (21) está marcada uma paralisação dos servidores da USP; Unicamp fará assembleia no mesmo dia

Agência Estado
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13/05/2014 às 19:07.
Atualizado em 26/04/2022 às 23:46

Unicamp sobe no ranking das universidades dos países emergentes ( Reprodução/Unicamp)

Os reitores das três universidades estaduais paulistas — USP, Unicamp e Unesp — decidiram congelar os salários de professores e servidores neste ano. O motivo é a crise financeira das instituições e o alto nível de comprometimento das receitas com a folha de pagamento, principalmente na USP — que já extrapola o orçamento com salários. Docentes e servidores rechaçam a proposta.   Professores e funcionários criticaram a proposta. O Fórum das Seis, entidade que reúne as entidades sindicais das estaduais, exige 9,78% de reajuste. O aumento pedido representaria reposição da inflação mais aumento real de 3%. “O reajuste zero foi uma surpresa. Esperávamos que pelo menos cobrissem a inflação dos últimos doze meses”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho.   “Apesar do discurso da reitoria de falta de dinheiro, há uma reserva financeira de R$ 2 bilhões” afirmou. Segundo ele um aumento salarial de 5,5% havia sido discutido no Conselho Universitário da USP no começo do ano. Nesta semana serão feitas assembleias setoriais para discutir a proposta de congelamento. Na próxima quarta-feira (21) está marcada uma paralisação dos servidores da USP.   Neste mesmo dia, será realizada na Unicamp uma assembleia geral da categoria convocada pelo STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp). Eles reivindicam 10% de reajuste para garantir a valorização dos salários, baseado nos índices do Dieese.   É a primeira vez em pelo menos dez anos que as estaduais falam em reajuste zero. A decisão foi anunciada ontem pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), entidade que reúne os dirigentes das três instituições, em reunião com representantes de professores e funcionários. De acordo com o Cruesp, a condição atual não permite “realizar qualquer reajuste salarial neste momento.”   Segundo as universidades, o comprometimento de orçamento com folha de pagamento atinge 94,47% na Unesp e 96,52% na Unicamp. Na USP, esse porcentual fica em torno de 105%, fazendo com que a universidade tenha consumido, só nos três primeiros meses do ano R$ 250 milhões de suas reservas financeiras. Desde 2012, a USP já gastou quase 40% de sua poupança, o equivalente a R$ 1,3 bilhão.   As estaduais têm autonomia financeira e recebem repasse anual de 9,57% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Assim, as transferências variam de acordo com a arrecadação estadual. Nos últimos anos, esses valores seguiram crescendo, mas em ritmo menor desde 2012.

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